Tritões no Mundo Real
Sirene, selkie, merrow, sereia, tritão ou ningyo são alguns dos mitônimos (substantivos próprios usados para classificar seres mitológicos) mais populares para nos referirmos a uma das criaturas aquáticas humanoides mais comuns e populares nos contos de fadas que povoam o imaginário coletivo de diversos povos.
Aqui no Brasil, também temos nossa lenda através do conto de Iara (Uiara, aquela que mora nos rios), ou Mãe-d’água, que era uma valente guerreira indígena que se transforma na sereia do rio Amazonas, de grande beleza e coragem.
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Embora existam diversos contos e lendas espalhados através de diversas culturas e épocas da história, geralmente os relatos, registros e descrições tendem a concordar que sua anatomia é composta por uma cauda de peixe que se conecta, pela região pélvica, a um torso humano.
Sua pele se assemelha, em textura e cores, àquela das espécies aquáticas locais, apresentando traços aquáticos/anfíbios mais (ou menos) pronunciados, mesmo na parte humana (guelras, membranas interdigitais, escamas, nadadeiras adicionais), tendo evoluído para se adaptar melhor às diferentes pressões ambientais de cada plano que habitam no multiverso.
Além disso, sua beleza é notória e temida por navegantes, pois é sabido que seu canto e voz podem ser hipnóticos, encantando geralmente homens, que voluntariamente se jogam ou são arrastados das bordas de navios e rochedos para o fundo do mar, onde desaparecem para nunca mais serem vistos.
Representação na Mídia
Provavelmente, a mais conhecida sereia na cultura POP moderna, em filmes ou televisão, continua sendo, de longe, Ariel, a Pequena Sereia, responsável por popularizar e apresentar uma imagem mais “amigável” para sua espécie, historicamente descrita como um monstro marinho a ser temido e evitado.
Há diversos filmes “Lado B”, feitos para irem direto para televisão norte-americana (e, depois, para a Sessão da Tarde), durante os anos 90 e 2000, de média popularidade, como "Sabrina Vai à Austrália", de 1999 e "H₂O - Meninas Sereias, O Filme", de 2006.
Estética e Evolução de Design dos Tritões dentro do MTG
Talvez nem todos os jogadores saibam, mas, durante sua concepção, lá nos primórdios do design do jogo, Richard Garfield (PhD em matemática combinatória e "criador" do Magic), imaginou um conceito onde cada uma das 5 cores de mana teria uma “tribo” de criatura que a representaria (apresentados fora da ordem WUBRG para uma revelação mais dramática):
Soldados para o Branco, Zumbis para o Preto, Goblins para o Vermelho, Elfos para o Verde e, para o Azul, escolheu os Tritões.
Com a evolução do jogo, foram representados em todas as 5 cores da Color Pie (a divisão simbólica de cada cor em arquétipos ou habilidades e “intenções” tipicamente associadas àquela cor no jogo).
Embora tenham sido originalmente concebidos dentro do estereótipo de anatomia de uma “sereia”, este design foi explorado, alterado e puxado ao seu limite, experimentado até com Tritões bípedes, tendo evoluído para poderem lidar melhor com os povos terrestres, atestando a incrível capacidade adaptativa desta espécie aos mais diversos desafios que podem encontrar.
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Referências e Personagens Importantes na Lore
Os Tritões existem em muitos Planos do Multiverso, onde habitam geralmente os grandes oceanos, os maiores rios, sistemas aquíferos, arquipélagos e, em um caso em particular, os Etlan Shiis (que conhecemos como “Atlantis”) criaram Vodalia, uma civilização inteira nas costas de um leviatã aquático, a quem chamam de Slinn Voda, nas águas que banham a região de Sarpadia, no plano de Dominaria.
Muitos eventos em Dominaria envolvem Tritões, como o famoso vilão Ambassador Laquatus (e seu Laquatus’s Champion) durante os eventos do bloco de Odisseia, lançada em Setembro de 2001, que queria assassinar o resto de seu povo para, com a confiança dos Cefálidas (raça de polvos humanoides), obter o artefato Mirari (que merece seu próprio artigo) e obter incrível poder. Temos também a Empress Galina, responsável pela criação de Nova Vodalia e a Ordem do Tridente Perolado, sua guarda de elite.
Em Ixalan, são uma das principais raças do plano e Kumena, líder de um dos clãs, tem papel importante nos eventos que culminam no Planeswalker Tezzeret, Agent of Bolas conseguir roubar o artefato conhecido como The Immortal Sun, para o plano maligno de Nicol-Bolas, Dragon God, que se revela em Guerra da Centelha, por exemplo.
Mais recente ainda, durante a edição Ascensão de Zendikar, temos a presença de Zareth San, the Trickster, um tritão que ajuda Nahiri , Heir of the Ancients (quase o tempo todo fora da água!) a entender o que está acontecendo com seu plano e é, no final, traído.
Ficha Técnica
Informações Gerais
Até a data de publicação deste artigo, o Multiverso de MTG conta com 288 cartas com o Subtipo Merfolk (Tritão); dos quais apenas 30 são Criaturas Lendárias e 3 são magias (2 feitiços e 1 encantamento) com o Subtipo Tribal Sorcery - Merfolk ou Tribal Enchantment - Merfolk.
A primeira Edição que introduziu cartas com esse Subtipo foi Alpha, com apenas duas cartas: Lord of Atlantis e Merfolk of the Pearl Trident, em Janeiro de 1994.
Depois, The Dark, em Agosto de 1994 contou com Merfolk Assassin e, finalmente, Fallen Empires nos trouxe outras 6 cartas, lançadas em Novembro de 1994, fechando o primeiro ano do Magic e dos tritões, que continuam aparecendo até hoje - principalmente em Planos onde há presença de grandes extensões ou profundos corpos d’água, como Ixalan, Lorwyn e Ravnica.
Principais Mecânicas Associadas
Como vemos, ter espalhado a tribo para todas as cores permite que as equipes de design de cada set explorem suas habilidades e mecânicas por diversas linhas; enquanto isso é ótimo para a tribo, dificulta encontrarmos muitas habilidades recorrentes para as criaturas. No geral, podemos dizer que as mais consistentes habilidades seriam as de efeitos do tipo “Lord” (veja abaixo).
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Relevância nos Formatos
Embora essa tribo nunca tenha visto expressivas e consistentes vitórias competitivas no circuito profissional, ainda assim é capaz de levar o caneco em eventos locais nos principais formatos em que aparecem (EDH e Modern). É uma tribo que vê jogo até hoje, com sua lendária mais popular Adrix and Nev, Twincasters contando com 5.808 decks (rank #89 de popularidade). Já no formato Pioneer, há diversas listas pela internet atingindo resultados variados, mas, no geral, o arquétipo ainda está para “fazer seu nome” de maneira expressiva.
No entanto, sua “casa” sempre foi o formato Modern, com o arquétipo “Modern Merfolk” sendo um dos tribais mais antigos ainda presentes, dada a alta quantidade de “Lords” que a tribo possui (criaturas, geralmente com valor de mana total 3 ou menos, que tem uma habilidade passiva, geralmente concedendo +1/+1, que beneficia todas as criaturas de certo subtipo que você controla, como Merfolk Sovereign ou para todas as criaturas em jogo como Sedge Sliver), bem como se aproveitando de que volta e meia aparece alguma carta nova que ameaça provocar sua ressurgência das profundezas da tierlist.
De maneira geral, sofre das mesmas fraquezas que nos outros formatos (depender quase exclusivamente de criaturas e suas sinergias, que acabam sofrendo por “morrerem para remoção”), não obstante, casualmente vê jogo até nos formatos Legacy/Vintage (muito devido às cartas extremamente poderosas banidas em todos os outros formatos, que permitem compensar card draw e mana ramp, etc).
10 Recomendações para esta Tribo
Se eu disser que esta é uma lista das 10 melhores cartas para o arquétipo, vão cair matando nos comentários porque certamente deixei algumas de fora, então, aí vai uma recomendação de 10 tritões que, no mínimo, valem a pena dar uma olhada, através dos formatos (as cartas não estão em nenhuma ordem específica):
Tritões Lendários Para Commander
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Exemplos de Deck
Pioneer
Modern
EDH
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