Magic: the Gathering

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Top 5 Comandantes para Stax no Commander Competitivo

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Quais são os melhores decks Stax do Commander Competitivo? Analisamos o arquétipo e listamos os decks top 5!

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revisado por Tabata Marques

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Introdução Sobre Stax

Stax. Odiado ou amado, sem meios termos. Um dos bichos papão do Commander. Embora não seja visto com bons olhos por vários jogadores, é um arquétipo extremamente importante, principalmente por manter as estratégias mais gananciosas sob controle.

O arquétipo Stax é especializado em negar e restringir recursos, taxar jogadas, abusar de disrupção e sacrifícios, inviabilizando o desenvolvimento do plano de jogo dos oponentes e efetivamente travando a mesa enquanto usualmente vence de maneira lenta. É comum estar presente com foco maior em criaturas, nesse caso, conhecidos como Hatebears (“Ursos do Ódio”), por serem criaturas de corpo pequeno e efeitos disruptivos.

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A título de curiosidade, o nome Stax originalmente vem da carta Smokestack, utilizada nos primórdios do arquétipo, em conjunto com a palavra em inglês "Tax", ou seja, "taxas", o que já passa a ideia de criar dificuldades, que é o objetivo desse arquétipo.

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Suas cartas costumam ter baixo custo de mana e alto impacto no jogo, tentando desacelerar ao máximo o ritmo da partida com base em suas permanentes. O arquétipo Stax no Commander competitivo repousa hoje sobre dois alicerces: Taxas e Restrições.

O primeiro alicerce são as “Taxas”.

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São cartas que taxam as jogadas, aumentando seus custos para realizá-las ou mantê-las: Thalia, Guardian of Thraben, Vryn Wingmare, Glowrider, Thorn Of Amethyst, Sphere of Resistance, Trinisphere, Leonin Arbiter, Strict Proctor, Suppression Field e Kataki, War's Wage são alguns exemplos. As taxas costumam possuir baixo custo e freiam começos de jogos explosivos ou remoções seguidas de uma tentativa de vitória com alta densidade de jogadas. Às vezes uma mana faz toda a diferença entre vencer e perder.

O segundo alicerce são as “Restrições”.

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Como o nome diz, são elas que limitam ou punem o escopo de jogadas que podem ser realizadas: Drannith Magistrate, Torpor Orb, Cursed Totem, Linvala, Keeper of Silence, Null Rod, Collector Ouphe, Opposition Agent, Aven Mindcensor, Dauthi Voidwalker, Rest in Peace, Rule of Law, Sanctum Prelate, Yasharn, Implacable Earth, etc.

São exemplos de efeitos fundamentais que impedem as linhas de vitórias mais rápidas dos oponentes, dando tempo o suficiente para o deck Stax conseguir criar as condições necessárias para vencer, seja por meio do combate (beatdown) ou por alguma linha de combo. A partir daquilo que é restringido, se desenha, em conjunto com as qualidades do comandante, as melhores linhas de vitória a serem seguidas.

Top 5 decks Stax

Considerações e Menções Honrosas

E quais são, na minha visão, os melhores comandantes Stax? Antes de tudo, é necessário fazer algumas considerações.

O segredo de um bom Stax é não perder de vista sua vitória, e não simplesmente se fixar na ideia de “travar o jogo 100%” e enrolar. Quanto mais você demorar, maior a chance de um top deck de um oponente resolver seu board e fazer sua vitória escorrer pelas suas mãos.

Suas peças devem ser muito bem escolhidas durante a construção do deck, atacando o meta, e devem ser contundentes contra seus oponentes. Além disso, quanto menos te afetar, melhor. Tornar seus efeitos simétricos em assimétricos é o que fará a diferença, ou seja, atrapalhe os oponentes sem se atrapalhar. Um exemplo clássico dessa situação é Urza, Lord High Artificer + Winter Orb, que permite virar a orbe no passe e desvirar todos os seus terrenos enquanto seus oponentes estão na miséria.

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Vale lembrar que os limites entre os arquétipos são nebulosos e muitas vezes não é simples traçar uma linha onde eles começam e terminam. Nesse ponto, são comuns decks que utilizam peças de Stax, mas que a depender do ponto de vista, como o meu, não são considerados como tal.

O mais comum são os decks Midrange, marcados pela flexibilidade em permitir alternar a postura de jogo com eficiência, entre um jogo mais proativo e reativo. Decks Midrange com efeitos de Stax costumam ter uma densidade maior de jogadas proativas e apenas as peças de Stax mais eficientes, as Silver Bullets, ou Balas de Prata, que desligam determinadas estratégias.

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Portanto, vale a menção honrosa de três decks Midrange que poderiam estar no top 5 em uma visão menos restritiva do arquétipo Stax: Hermit Pod (Tymna the Weaver & Tana, the Bloodsower com linhas de Hermit Druid e Birthing Pod), Minsc, Beloved Ranger e Tayam, Luminous Enigma.

Alguns decks tipicamente Stax também ficarão de fora (e poderiam estar dentro em outro momento), mas não seria um pecado se estivessem nesse top 5: Oswald Fiddlebender, Yasharn, Implacable Earth, Derevi, Empyrial Tactician, Kenrith, the Returned King, Queen Kayla bin-Kroog e Dhalsim, Pliable Pacifist, tendo esses dois últimos comandantes muito potencial ainda a ser explorado.

5 - Shalai, Voice of Plenty

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Abrindo nosso top 5, temos Shalai, Voice of Plenty! A lista apresentada foi criada e é mantida pelo icônico Romário “El Vesgo”. O deck é o típico Selesnya Hatebears, mas o que o torna mais eficiente que, por exemplo, um Yasharn, Implacable Earth na Zona de Comando? Aqui são duas características.

A primeira delas é a proteção fornecida às suas criaturas, graças ao Hexproof proporcionado por Shalai. Com a densidade menor de remoções globais no formato e uma maior quantia de remoções pontuais, se torna muito mais difícil para um oponente remover uma peça de Stax de forma oportunista e vencer, especialmente se levar em conta que você ainda pode contar com Mother of Runes e Giver of Runes para proteger a comandante, e consequentemente, o restante das criaturas.

O segundo é contar com uma comandante que além de proteger, é um mana sink, ou seja, permite converter sua mana em excesso em vantagem. Em jogos de atrito, facilmente pode tornar suas pequenas criaturas em monstros gigantescos quanto mais o jogo se arrastar. Além disso, e ainda mais relevante, permite deixar suas criaturas “infinito”/”infinito” com combos de mana infinita verde.

Por esse motivo conta com linhas de Devoted Druid + Vizier of Remedies / Swift Reconfiguration, além de Ashaya, Soul of the Wild + Argothian Elder / Ley Weaver ou Ashaya, Soul of the Wild + Quirion Ranger + qualquer criatura que gere duas ou mais manas verdes. E para ser diferenciado: Maze of Ith + Argothian Elder / Ley Weaver durante o combate.

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Portanto, pela combinação de proteção e agressividade estratégica (ao nível de agressão ou combos) temos Shalai, Voice of Plenty na nossa 5ª colocação.

4 - Heliod, Sun-Crowned

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Nosso 4º colocado pode ser considerado um veterano no cEDH, já tendo figurado entre os decks melhores posicionados em vários torneios mundo afora.

A primeira vista, muitos podem torcer o nariz por ser um deck Mono White e partem do pressuposto que por possuir um cor limitada ele naturalmente estará em desvantagem. Porém, há algo óbvio a ser observado: as melhores peças de Stax estão na identidade branca. O que se perde em qualidade de carta proporcionado por múltiplas cores, se ganha em redundância. Seu plano de jogo até pode ser mais limitado, mas será feito com consistência.

Mas o que torna Heliod, Sun-Crowned um bom deck? E por que não simplesmente usar qualquer outro comandante nessa identidade?

A principal vantagem aqui pode ser resumida em duas palavras: Walking Ballista. Com apenas essa criatura e Heliod em campo, é possível vencer o jogo. Tendo apenas dois marcadores, é possível, com o comandante, fornecer Life Link para a Ballista. Ao retirar um marcador +1/+1, ela irá causar um de dano, desencadear o comandante e colocar mais um marcador +1/+1, podendo repetir o processo para a vitória com dano infinito.

Portanto, apesar de dispendioso em mana, é um combo fácil de ser assimilado, principalmente se considerarmos que há tutores em densidade suficiente para tal fim: Enlightened Tutor, Inventors' Fair, Scrapyard Recombiner , Recruiter of the Guard, Ranger of Eos e Ranger-Captain of Eos. Além de contar com redundância de combo na forma de Triskelion.

Caso a rota do combo dê errado, lembre-se que beatdown é sempre uma rota possível para decks Hatebears e isso se torna realmente viável com a habilidade de Heliod. Forneça Life Link para suas criaturas, cause dano e coloque marcadores. Em poucos turnos isso se torna a fórmula para vencer sem precisar combar.

Resumindo, o que Heliod, Sun-Crowned fornece é:

1 - Um comandante difícil para se interagir com;

2 – Um combo com apenas uma carta, tendo acesso à redundância e recursão no deck;

3 - Um plano beatdown realista.

3 - Tymna the Weaver & Kodama of the East Tree

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Nossa medalha de bronze vai para a dupla Tymna the Weaver & Kodama of the East Tree. Não é tão comum ser vista nos metagames de torneios, mas acredito merecer o espaço nesse top. A lista em questão é do usuário CrownWarrior.

Tymna the Weaver é uma das comandantes mais absurdas já lançadas, e não a toa há a predominância de estratégias com essa comandante nos melhores decks. Isso não é novidade alguma para quem conhece o mínimo de cEDH dos últimos seis ou sete anos. Em decks com um número minimamente razoável de criaturas, não é incomum ser vista permitindo comprar três cartas a mais por turno.

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Nesse deck em específico, ela amplia a identidade de cor e tira excelente proveito dos hatebears que fazemos uso. Já que usaremos criaturas para desacelerar o jogo dos oponentes, Tymna fará com que nosso gás não acabe e continuemos a colocar pressão sobre o jogo.

Kodama of the East Tree, por sua vez, é uma fonte poderosa de tempo advantage, já que nos permite, com uma única jogada, extrair o dobro de valor. Permite, por exemplo, responder um oponente com um Opposition Agent e, ao mesmo tempo, colocar em jogo um Archon of Emeria, ou ao jogar uma Windswept Heath fazer dois terrenos adicionais no mesmo turno.

Um dos pontos mais interessantes de Kodama é quebrar a simetria dos efeitos como os de Rule of Law, e enquanto seus oponentes fazem uma mágica por turno, é como se você, na prática, conseguisse jogar duas.

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Além disso, Kodama abre a possibilidade de algumas linhas de combo interessantes, sendo a principal delas por meio de Sidisi, Undead Vizier.

- Com Kodama em campo, você terá o trigger do Exploit e o trigger do Kodama. Resolva o Exploit, busque por Karmic Guide e por meio do Kodama, o coloque em campo.

- Reanime Sidisi, Undead Vizier, desencadeie Kodama e busque mais uma carta. Coloque Felidar Guardian em jogo, pisque Karmic Guide e volte Sidisi, Undead Vizier.

- Repita o processo e pegue e coloque em jogo Restoration Angel. Dessa vez, pisque Felidar Guardian e quando este retornar, pisque Restoration Angel e alterne entre um e outro. Você terá infinitos triggers de Kodama of the East Tree.

- Para interromper o looping, pisque novamente Karmic Guide, reanime mais uma vez Sidisi, Undead Vizier, buscando e colocando em jogo Acererak the Archlich. O lich entrará em uma dungeon e voltará para a mão, mas lembre-se que você tem infinitos triggers de Kodama na pilha. Dessa forma, poderá entrar infinitas vezes na dungeon Lost Mine of Phandelver, que permite drenar um de vida de cada oponente, fechando o jogo realizando apenas uma única mágica no turno, permitindo passar por seus próprios stax.

A forte combinação de card e tempo advantage dessa dupla, com uma identidade de cor Abzan e a possibilidade de combo com uma “única” carta dá os contornos necessários para colocar essa dupla no nosso top 5.

2 - Jetmir, Nexus of Revels

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Um dos calouros de 2022 dentre os decks Stax é nosso segundo colocado! Jetmir, Nexus of Revels muitas vezes não impressiona um olhar mais desatento, mas parece ser consenso entre jogadores recorrentes de Stax que ele pode figurar entre os melhores.

Curiosamente, não é um deck que tenha combos, o que faria com que muitos o classifiquem como um deck “Winconless”, o que considero muitas vezes uma definição errada, já que tende a desconsiderar a agressão como condição de vitória.

Nesse caso, há uma wincon sólida o suficiente na zona de comando que permite um plano de jogo muito agressivo. Com uma densidade altíssima de criaturas (49 no total!), há uma progressão fácil de no mínimo uma criatura por turno. Além dos vários Hatebears, há também várias criaturas que permitem aumentar rapidamente o nosso board state, tais como Adeline, Resplendent Cathar, Goblin Rabblemaster, Legion Warboss, Krenko, Tin Street Kingpin e Tendershoot Dryad.

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Com Jetmir, Nexus of Revels e pelo menos seis criaturas, já é um total adicional de +12 de poder na mesa e todas as criaturas com Vigilance e Trample. Com nove, o que é até bem simples com os geradores de tokens, cada criatura recebe +3/+0, Vigilance, Trample e Double Strike. Ou seja, nesse cenário, uma singela Birds of Paradise causa um total de seis pontos de dano “sozinha”. Uma Thalia, Guardian of Thraben causa dez pontos. Então, naturalmente, você transforma seu board state, que seria já naturalmente grande por jogar de hatebears, numa máquina de moer carne de porrada.

Sendo Naya uma combinação de cores poderosa para se jogar de hatebears, com um comandante poderosíssimo e de custo acessível para converter um board de criaturas medíocres em algo aterrorizante para os oponentes, essa lista é algo digno de nota dentre os Stax, ao possibilitar fazer com eficiência uma das maiores dificuldades do arquétipo: fechar o jogo.

1 - Winota, Joiner of Forces

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Até aqui, as quatro posições anteriores são discutíveis e visualizo facilmente visões distintas da minha. Mas a nossa medalha de ouro é indiscutível. Ela deu novo fôlego aos Stax e trouxe a combinação Boros para o cEDH: Winota, Joiner of Forces, o melhor deck Stax do formato. Sempre presente entre os top 16 e top 4 de inúmeros torneios mundo afora, inclusive vencendo torneios relevantes.

Para ilustrar esse deck, trouxe uma lista minha em conjunto com o jogador Gabriel Medeiros (vulgo Jack ou Gaboo), em uma abordagem mais punitiva para decks mais gananciosos, mas com certeza não a única. Há abordagens com mais combos e também aquelas ainda mais agressivas.

O que todas possuem em comum é um núcleo sólido de hatebears, sendo muito deles não-humanos. Eles, em conjunto com geradores de fichas, são fundamentais para extrair valor da habilidade absurda da comandante em colocar humanos diretamente em campo durante o combate.

Não a toa o deck também recebe a denominação de Staxball, já que funciona como uma bola de neve que, a medida que rola, cresce cada vez mais. As peças de Stax trazem mais peças.

É principalmente por meio dos humanos que alcançamos os finalizadores do deck. Agressores como Rick, Steadfast Leader, Blade Historian e Mirror Entity, bombas como Lena, Selfless Champion, ou mesmo combos como Auratouched Mage + Breath of Fury (com qualquer criador de fichas) ou Rionya, Fire Dancer + Combat Celebrant.

É absurdo como deck se desenvolve caso não ocorram as devidas interações assim que Winota toca o campo. Card advantage e tempo advantage explosivos em sua expressão máxima.

Conclusão

Chegamos ao fim da nossa lista! Espero que tenha sido uma leitura proveitosa e obrigado por acompanhar até aqui! Lembre-se que essa é minha visão, e não está escrita em pedra. Tentei levar em conta minhas experiências pessoais e de jogadores de Stax próximos, assim como a efetividade em torneios e eventos dos decks.

Mas e aí? Como seria seu top 5? Consideraria também os midranges com Stax para criar a lista? Discorda das escolhas? Concorda? Deixe seu comentário!

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Abraços e até a próxima!