Como está o Standard atualmente
Faz cerca de uma semana que campeonato mundial terminou e vemos um formato Standard praticamente igual ao de antes, com a diferença de que o Mono White está cada vez mais forte devido à dominância do Mono Green. Além desses dois decks, temos o Izzet Dragons completando o tripé dos principais arquétipos e temos alguns outros decks correndo por fora tentando counterar algum desses três ou Izzet/Grixis Turns que ainda está popular, apesar de não ganhar de aggros.
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Falei bastante sobre os 3 principais decks do formato no artigo sobre pedra, papel e tesoura, então não voltarei extensamente ao assunto. O que pretendo discutir hoje é como o formato deve se comportar até o lançamento de Innistrad: Crimson Vow.
Uma única adição aos principais decks do formato que venho percebendo é a habilidade do Mono Green em ganhar bad matches. Decks com Storm the Festival, Mono White e Mono Black têm matchups bons contra o Mono Green e ainda assim a winrate não é alta o suficiente. O deck me parece um pouco a frente do resto.
O mundial não trouxe inovações ao metagame e percebemos que praticamente nada mudou além do quanto os principais decks revezam o topo dos torneios e ranqueada do Arena. Talvez o que mais tenha mudado pós-mundial é a volta do Izzet Dragons no lugar do Izzet Epiphany porque o combo/control de turnos extras não ganha de aggros enquanto o Dragons tem uma match boa contra Mono White e parelha contra Mono Green e isso se dá ao fato de que, apesar de ter muitas interações, o deck consegue fechar o jogo rapidamente com os dragões sem precisar tanto dos turnos extras. É a velha história do control que consegue controlar a mesa, mas não fecha a partida e deixa margem para que oponentes voltem no jogo.
Os decks anti-meta no Standard
E o que temos de decks que tentam ser anti-meta? Basicamente baralhos Tempo, pois eles conseguem ganhar de turnos extras com criaturas pequenas e anulações — destaque para Malevolent Hermit que faz papel de criatura e counter — e não têm partidas horríveis contra os aggros do formato. Vou dar alguns exemplos dessas listas, mostrando quais os problemas delas e porque não devemos usá-las se quisemos ganhar partidas de Magic.
Vemos aqui um Izzet Dragons piorado com a adição de Delver of Secrets, uma carta que definitivamente não deve ser usada no Standard pelo fato de ser ruim no formato.
Tenho visto várias listas de Izzet e Dimir que usam o queridinho do Pauper e tentam ser decks que misturam algumas mágicas de tempo, como Fading Hope, Divide By Zero e remoções ao mesmo tempo que tem criaturas que podem desequilibrar, como Smoldering Egg transformado e o próprio Delver causando 3 de dano no turno 2 (algo altamente improvável, mas estatisticamente possível num formato sem manipulação de topo decente).
Outro exemplo de deck tempo que tenta, mas falha, em counterar o metagame é o Azorius de Noriyuki Mori, do mundial.
Apesar de ter criaturas boas e que fazem sentido no baralho tendo sinergia, o deck simplesmente não age como prometido. Na teoria, Reidane, God of the Worthy, Elite Spellbinder, Malevolent Hermit, Legion Angel e Concerted Defense são boas contra Izzet Turns e Izzet Dragons.
Na prática, esses decks possuem remoções suficientes para lidar com as criaturas relevantes e, em algum momento do jogo, por falta de hard counters como Negate, Test of Talents e Disdainful Stroke, fazem seu jogo como planejado com Goldspan Dragon, Alrund’s Epiphany e Smoldering Egg.
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Esse Bant Party, utilizado pelo brasileiro Tulio Jaudy, tem ideia similar a dos outros baralhos Tempo com a diferença de ter mais recursão e mais sinergia entre as criaturas. Outro ponto importante é a presença de hard counters no sideboard, que acredito serem essenciais para ganhar dos decks de turnos porque, se a partida for para o late game, counters condicionais se tornam irrelevantes.
“E que tal o Mono Black ou outros decks midrange que usam preto, como o Rakdos com Adversary?”
Honestamente, o Mono Black é um deck competitivamente inviável, é só ruim. Pode ser muito bom contra MonoW e bom contra MonoG, mas é o tipo de deck que reza para nunca ver nenhuma cópia de Epiphany do outro lado. Fora que cartas como Froghemoth, Esika’s Chariot e Old-Growth Troll são boas contra Mono Black pela habilidade de ímpeto e exilar cartas do cemitério, a dificuldade de lidar com artefatos e voltar como um 4/4 atropelar no passe, respectivamente.
Os baralhos control também não estão bem posicionados pelo fato de conseguirem perder para MonoG e não terem muitas ferramentas necessárias para bater o Izzet Dragons. Um outro problema para arquétipos como Dimir, Esper e Azorius control é serem decks que precisam de recursão com card draw, mas não usam Expressive Iteration devido à combinação de cores da melhor cantrip do formato. Siphon Insight é uma boa carta, mas não bate de frente com Iteration que gera recursos mais palpáveis ao tirar 3 cartas do topo e aumentando a chance de não perder land drop.
Os decks midrange, geralmente com Storm the Festival, sofrem a questão de não vencerem Izzet Dragons nem qualquer control/combo com Epiphany e anulações. Caso o metagame se torne um mundo de baralhos agressivos, essa opção fica substancialmente melhor, mas, até lá, é quase inviável jogar com baralhos que consistem em dorks de mana e jogadas de curva alta impactantes que dificilmente resolvem contra Izzet.
Depois de um mês do lançamento de Innistrad: Midnight Hunt e da rotação no Standard, não vejo mudanças no formato até a próxima coleção em novembro. Os melhores decks de agora provavelmente continuarão sendo os melhores até Crimson Vow e continuarão havendo pessoas com decks anti-meta, mas quase nunca efetivos. A presença de Alrund’s Epiphany e Esika’s Chariot enrijece o formato o suficiente para que isso aconteça. O próximo Qualifier do Arena será no formato Histórico, isso também atrai parte dos torneios e deck builders a trocarem o foco para montarem decks sem o banido Memory Lapse ao invés de Standard.
Os próximos torneios
Para os próximos torneios, MonoG, MonoW e Izzet Dragons são as opções mais seguras. O Temur Midrange baseado na lista do vice-campeão mundial Depraz também é um bom deck que, caso adequadamente adaptado ao field, pode brilhar. O problema do Temur me parece ser a inconsistência de quando não abrimos mãos curvadas e/ou sem Jaspera Sentinel porque o ponto mais forte do deck é descer a carroça ou Goldspan no turno 3 com Jaspera e Magda, Brazen Outlaw na mesa. Sem essa aceleração de mana, o deck fica “honesto” fazendo drops 2, 3 e 4 em turnos que oponentes conseguem ter mais respostas.
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Por hoje é isso, quaisquer dúvidas, comentários ou feedback estou disponível nos comentários abaixo. Abraços e até a próxima!
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