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Análise do Metagame Standard - Março de 2024

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No artigo de hoje, trarei a minha primeira análise detalhada do metagame do Standard, discutindo seus decks principais e analisando seu estado atual.

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Introdução

O Standard recebeu algumas mudanças no ano passado que supostamente iriam revitalizá-lo. Entre elas, recebemos uma rotação nova, que leva mais tempo para acontecer e deixa as cartas válidas por mais tempo, além de incentivar os jogadores a permanecerem no Standard.

Desde então, este formato ganhou adições e arquétipos novos. Cartas como Cavern of Souls, Deep-Cavern Bat, Virtue of Loyalty, Get Lost e muitas outras ganharam espaço e se solidificaram como pilares. E mesmo que essas cartas apareçam repetidamente em vários decks, o Standard ainda assim demonstra diversidade de estratégias.

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Já que o próximo Pro Tour no Standard colocará a próxima coleção, Outlaws of Thunder Junctionlink outside website, debaixo dos holofotes, irei mergulhar no metagame atual. Analisarei os arquétipos principais, e avaliarei a seguinte decisão recentemente anunciada pela Wizards of the Coast: nada foi alterado no Standard no último anúncio de Banidas e Restritas.

Tier 1

Esper Raffine

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Este deck continua no topo, coleção após coleção, e deve continuar assim até a próxima rotação, quando Raffine, Scheming Seer, o coração deste deck, deixar o Standard.

Esta estratégia ganhou muitas adições relevantes nas últimas coleções, como Deep-Cavern Bat, Aclazotz, Deepest Betrayal, Virtue of Loyalty, e No More Lies, e se tornou ainda mais resiliente e consistente. Jogar contra esse deck não é uma tarefa fácil, mesmo se considerarmos que hoje, no Standard, remoções são muito mais poderosas do que criaturas.

O Esper é difícil de enfrentar e continua mostrando resultados positivos semana após semana em eventos grandes, tanto online como no tabletop. Também representa a maior parcela do metagame atual.

Domain Ramp

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Domain governou o Standard por um tempo, mas sofreu assim que decks novos, que focam em estratégias mais rápidas, surgiram. Ainda assim, esse arquétipo se mantém como um dos melhores deste formato. Esta estratégia adotou algumas adições interessantes que chegaram nas últimas coleções, e há algumas variações de listas.

Cavern of Souls ajudou com a base de mana; Virtue of Persistence entrou em listas que focam mais em controle; Trumpeting Carnosaur foi uma opção para quem queria mais valor; Tishana’s Tidebinder apareceu ocasionalmente como mais um recurso contra as várias ameaças do Standard, e Spelunking tem conquistado espaço nas listas como mais um ramp, além de Archdruid’s Charm, que também pode facilmente entrar neste arquétipo.

Em breve, após a rotação, este deck perderá algumas de suas peças principais, além dos triomas de New Capenna e Topiary Stomper, o que pode colocá-lo em cheque, mas Leyline Binding e Up the Beanstalk são motivos suficientes para buildar uma versão nova de ramp.

Além disso, quem sabe o que as próximas coleções podem trazer de relevante para este formato?

Boros Convoke

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O Convoke surgiu mais recentemente no metagame, e se tornou um dos predadores principais do Domain. Isto balançou o formato e trouxe uma opção sólida para os amantes de aggro.

Sua estratégia foca em colocar várias criaturas na mesa bem rápido, que te ajudarão a gerar uma presença de campo massiva em poucos turnos para você então finalizar com Imodane’s Recruiter.

Novice Inspector foi uma das adições recentes ao Standard que permitiu que este deck decolasse, já que nos gerou redundância suficiente para montar seus turnos mais explosivos. Case of the Gateway Express, Warden of the Inner Sky, e Sanguine Evangelist também se encaixaram perfeitamente nesta lista.

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Tier 2

Dimir Preacher

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O Dimir Midrange, ou Dimir Preacher, é mais um midrange que tem aparecido bastante no Standard e conquistado bons resultados. É basicamente um deck “goodstuff”, reunindo as melhores cartas possíveis nessa combinação de cores.

Podemos dizer que o Dimir é o Esper sem o branco e, talvez, ele eventualmente se torne a versão midrange mais presente neste formato no futuro pós-rotação. Contudo, é justamente o fato de ser um “Esper piorado” que o coloca como Tier 2.

Azorius Control

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Azorius Control é outro deck que surgiu mais recentemente e tem conquistado bons resultados semana após semana. Inclusive, já falei sobre esse deck em um artigo recente, que você pode conferir aquilink outside website.

A estratégia deste Azorius Control se aproxima muito do que ele é no Pioneer hoje, pois usa remoções poderosas e anulações para controlar o jogo e esgotar todos os recursos do oponente, e então finaliza com alguma bomba, como The Wandering Emperor. Este arquétipo só é possível porque temos No More Lies no Standard, já que esta carta é uma das razões principais para jogar com este deck, mesmo com a forte presença de Cavern of Souls em quase todas as listas deste formato.

Contudo, a forte presença dos milagres torna muito difícil a vida dos jogadores de Control, e, por essa razão, apesar de bem posicionado e presente no metagame, o Azorius não passa de um deck Tier 2.

Golgari Mosswood

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O Golgari Mosswood, ou Golgari Midrange, como é mais conhecido, é outro deck relativamente novo no Standard. Sua peça central é Mosswood Dreadknight, que foi lançado em WOE.

Esse deck, assim como o Dimir Preacher, é basicamente uma pilha de cartas boas dentro dessa combinação de cores, porém está um pouco abaixo dos outros midranges porque existem várias mágicas poderosas que fazem diferença mas não podem entrar nessa lista.

Aclazotz, Deepest Betrayal, Sentinel of the Nameless City, e Preacher of the Schism são algumas das adições poderosas em coleções recentes. Ixalan se destaca mais uma vez como uma das coleções mais impactantes no Standard dos últimos tempos.

Mono-Red Aggro

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Mono-Red foi um dos melhores decks do Standard por um tempo, mas entrou em decadência conforme o Standard foi se adaptando e encontrando maneiras de lidar com ele. Porém, ainda é uma opção bem sólida para os amantes de estratégias agressivas.

Fugitive Codebreaker, Charming Scoundrel, Monstrous Rage, e Goddric, Cloaked Reveler foram as adições recentes mais relevantes que este deck recebeu nas últimas coleções. Acredito que ele deve se manter relativamente bem posicionado após a rotação, já que será um dos que menos perderá peças e, além disso, provavelmente receberá cartas novas.

Temur Control

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Agora, é hora de falar de umas das novidades do momento, o Temur Control. Esse deck surgiu recentemente e já conquistou vários resultados bem relevantes nos principais eventos do Magic Online. Ele nos mostrou que tem potencial para quem sabe ser um novo Tier 1, mas, por hora, irei deixá-lo nessa posição.

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Ele é basicamente um combo, e de certa forma lembra o extinto Temur Reclamation, que quebrou o Standard no passado com mágicas como Wilderness Reclamation e Uro, Titan of Nature’s Wrath, e queria gerar muita mana para finalizar o jogo com um Expansion // Explosion massivo.

No novo Temur, o plano é conjurar um Worldsoul’s Rage grande o suficiente para finalizar o oponente. Para isso, usaremos cartas como Fallaji Archaeologist e Aftermath Analyst, que irão jogar o máximo de lands que podem no cemitério, e muita recursão para gerar a quantidade de mana necessária para o Worldsoul’s Rage.

Tier 3

Rakdos Aggro

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O Rakdos sofreu muitas mudanças recentemente, principalmente após o ban de Fable of the Mirror-Breaker, Reckoner Bankbuster, e Invoke Despair no ano passado. Ele deixou de ser um deck mais midrange e cheio de valor para focar em criaturas impactantes e em um plano de jogo que pressiona o oponente.

Inti, Seneschal of the Sun e Long Goodbye são algumas das adições mais recentes. Há ainda uma versão que se aproxima mais do plano de jogo que este deck tinha anteriormente, e abusa da mecânica de Discover de Ixalan, com Trumpeting Carnosaur e Geological Appraiser. Porém, o Rakdos perdeu muito espaço e hoje, mesmo em sua versão mais atual, não tem conquistado resultados tão expressivos.

Bant Poison

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Essa estratégia foca nas criaturas com Toxic, e o plano principal é colocar os dez marcadores de veneno no oponente para derrotá-lo.

Este deck não recebeu mais atualizações nem cartas relevantes, principalmente porque a sua mecânica principal não deve aparecer novamente em uma coleção nova por um longo tempo (talvez nunca mais). É um deck interessante, porém lhe faltam ferramentas para lidar melhor com as maiores ameaças do Standard.

Esper Legends

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Esta é a versão aggro do Esper, que, diferente da versão Tier 1, foca mais no valor gerado pelas criaturas e as sinergias que elas proporcionam. Porém, este deck tem o mesmo problema do Rakdos Aggro, e perde muito por não utilizar todo o recurso que a estratégia midrange traz com cards como Wedding Announcement, Virtue of Strength, e No More Lies.

Sem falar que este arquétipo perderá muitas cartas com a rotação desse ano.

Gruul Aggro

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O Gruul é basicamente um Mono-Red com splash para Questing Druid. Esse deck chegou a conquistar resultados em suas primeiras aparições, mas não tem conquistado resultados muito relevantes desde então. Acredito que tenha o mesmo problema que o Mono-Red.

Nos resta esperar para ver quais upgrades virão para este arquétipo nas próximas coleções, e se ele irá ressurgir.

Dimir Cover-Up

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Este é um deck hard control que tem Deadly Cover-Up como peça central. É basicamente uma combinação de anulações e remoções que usa Jace, The Perfected Mind como finisher. Tem conquistado resultados positivos ocasionalmente, mas não o vejo como um candidato muito forte, principalmente se comparado aos outros control do Standard. Porém, só poderemos afirmar com certeza após o Pro Tour.

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Azorius Mentor

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Esta é uma versão atualizada do Mono Blue Tempo que usa umas das criaturas mais legais deste formato: Monastery Mentor.

O branco acrescentou uma pegada diferente a esse deck, e essa lista tem recursos bem interessantes, mas, infelizmente, não conquistou muitos resultados expressivos. Decks que focam em criaturas sofrem bastante em um formato tão bem servido de remoções como o Standard.

Conclusão

O Standard é um dos melhores formatos para jogar no momento. Nesta análise, observamos cerca de 80% do metagame, e ainda existem muitos outros decks que não mencionei e se encaixariam em Tiers 4 ou 5. Temos ainda estratégias que estão numa fase péssima, mas podem voltar a surgir neste formato. Este é o caso de Azorius Soldiers, que está em um momento péssimo se comparado ao seu auge, mas ainda assim conquista resultados na mão de certos jogadores no Magic Online, como remf e VictorCarvalho01. Orzhov Breach é outro arquétipo que está passando por um momento difícil agora, mas já viu bastante jogo no passado.

Das últimas três coleções, podemos destacar Lost Caverns of Ixalanlink outside website como a mais impactante, com WOE em segundo, e MKM como a menos impactante. O power level de Ixalan foi realmente absurdo e as staples dessa coleção devem permanecer vivas no Standard por muito tempo ainda.

Outlaws of Thunder Junction chegará em breve, e promete balançar este formato. Bloomburrow vem logo em seguida e também espero que traga muitas novidades.

Essa foi a minha análise do formato Standard. Considerei os últimos trinta dias de eventos tanto no Magic Online como tabletop, e, com o Pro Tour de Outlaws of Thunder Junction em abril, podemos esperar que este formato atraia nos holofotes daqui para frente. Assim, a expectativa é que veremos muitas inovações e novidades.

Espero que tenham gostado. Deixe suas dúvidas nos comentários, e me diga o que espera da coleção nova no Standard. Tentarei responder a todos.

Até a próxima!