Pioneer: Review de Outlaws of Thunder Junction para o formato

As prévias da centésima expansão de Magic, Outlaws of Thunder Junction, e sua lista de cards especiais, The Big Score, finalmente chegaram ao fim. E com elas, iniciamos a nossa temporada de análises da edição para os principais formatos competitivos.

Neste artigo, analisamos o potencial da expansão para o formato Pioneer, com as primeiras impressões de seus principais cards tanto da edição-base quanto da seleção de cards da Big Score, que serão válidas no formato.

Aven Interrupter é uma boa variante de Spell Queller que se encaixa melhor na proposta de um deck de Flash e/ou um arquétipo branco que não tenha acesso ao azul, sendo uma peça situacional para Metagames onde todo deck requer uma interação mais específica e precisamos punir o topdeck do oponente, do qual cards como Elite Spellbinder não fazem.

O subtipo de Ladino no branco é uma novidade (e até um pouco estranho em termos de filosofia de cores), mas seu custo de deve restringir a possibilidade de usá-lo em uma variante de Esper Rogues.

Como sweeper, Final Showdown é menos abrangente do que Farewell e mais caro do que Supreme Verdict ou Sunfall, então sua vantagem se limita a versatilidade do primeiro módulo, do qual faz criaturas perderem suas habilidades durante um turno - podendo “travar” combos como o de Amalia Benavides Aguirre, ou até facilitar de resolver uma criatura problemática.

A equipe de design parece estar em busca de meios para “travar” o Lotus Combo e outros arquétipos que sequenciam muitas mágicas em um único turno, como o Izzet Phoenix.

High Noon é mais uma dessas tentativas e não exerce muita diferença em comparação com Deafening Silence nessas partidas, mas pode ser útil em caso do retorno de mecânicas ou habilidades que venham diretamente de criaturas para jogar outras mágicas, como Geological Appraiser ou Trumpeting Carnosaur.

O seu valor de mana e a possibilidade de estourá-lo para um Lava Axe podem lhe dar algumas vantagens em decks como o Enigmatic Fires.

Requisition Raid pode ser uma excelente carta de Sideboard para o Boros Convoke, onde todos os seus módulos são úteis e, diferente de outros hates contra artefatos e encantamentos, este pode interagir diretamente com o plano de jogo do deck.

Arquétipos como Humans e Spirits podem aproveitar do novo card também, mas seu espaço pode ser mais limitado nessas estratégias.

Duelist of the Mind talvez não tenha espaço nas variantes Izzet dos decks de Arclight Phoenix, mas a mistura de remoções baratas, cantrips e Thoughtseize na base Dimir pode lhe oferecer um espaço nas suas listas, onde podemos ser mais agressivo com ele enquanto o protegemos de remoções.

Geralf, the Fleshwright oferece um mais um meio de iniciar sequências de “Storm” no Pioneer e estabelecer uma posição de mesa ameaçadora, ou até letal ao lado de Reckless Bushwhacker.

No entanto, ele parece uma opção mais frágil e menos consistente que o Lotus Combo ou até os decks de Jeskai Ascendancy do qual estão em baixa no Metagame competitivo desde o banimento de Expressive Iteration.

Jace Reawakened possibilita um novo combo com Valki, God of Lies para conjurar Tibalt, Cosmic Impostor mais cedo. Devido ao seu texto de regras, ele não é tão rápido ou consistente quanto o formato demanda - logo, é provável que ele não habilite essa estratégia por conta própria.

Ele pode, no entanto, servir como complemento para Kellan Joins Up, do qual permite efetuar o mesmo combo um turno mais cedo do que o Planeswalker.

Phantom Interference é um Quench que pode ocasionalmente colocar um Espírito em jogo e pode merecer alguns testes nas listas de Spirits, especialmente nas variantes Mono Blue, da qual não tem acesso a No More Lies.

Para fins práticos, Preacher of the Schism ainda é a melhor criatura preta para gerar card advantage no Pioneer hoje. Caustic Bronco é uma tentativa tão falha de copiar o efeito de Dark Confidant quanto outras variantes, como Pain Seer ou Asylum Visitor.

Forsaken Miner possui uma boa interação com efeitos que causam dano direcionado ao oponente ou uma criatura que ele controla, como Mayhem Devil, e cards que sacrificam criaturas.

Enquanto não tivermos o reprint de Phyrexian Altar ou alguma interação onde geramos mana enquanto o sacrificamos, ele carece do potencial para gerar loopings infinitos, mas merece uma menção pelo seu potencial em bases mais agressivas de Rakdos Sacrifice.

Gisa, the Hellraiser tem um custo alto para o formato, mas conjurá-la seguida de uma remoção ou descarte já garante dez de poder na mesa com pouco esforço e pode facilmente dominar a partida, além dela proteger a si mesma relativamente bem.

Pode valer um slot como one-of no Rakdos Midrange e nas variantes de Mono Black ou Golgari.

Caso decks de Mono Black Devotion ganhem mais espaço no Pioneer competitivo com o combo de Rush of Dread, Insatiable Avarice pode ser um meio de ter mais card advantage e um tutor para as peças do combo em um único espaço.

Lively Dirge é o efeito de Entomb mais barato que o Pioneer possui hoje, e pode iniciar alguns combos sozinha no formato caso a outra peça já esteja no cemitério. Por exemplo, podemos buscar Amalia Benavides Aguirre ou Wildgrowth Walker e devolver os dois para o campo de batalha, ou buscar um deles para devolvê-lo junto de Lunarch Veteran para desencadear o combo.

A mesma lógica pode ser aplicada com Greasefang, Okiba Boss, onde podemos buscá-lo para devolvê-lo do cemitério, ou até buscar Parhelion II e voltar Greasefang para iniciar o combo. No entanto, neste caso, os valores de mana de Lively Dirge são muito altos e podem atrapalhar o progresso de um arquétipo que opta por mecânicas baratas de self-mill e tutores como Traverse the Ulvenwald.

Rush of Dread habilita um novo combo no Pioneer ao lado de Bloodletter of Aclazotz e o último módulo de Warlock Class, onde sua modalidade de fazer o oponente perder metade da vida possui um efeito dobrado e arredondado para cima. Por exemplo, se o oponente tem 15 de vida, ao invés de perder 8, ele perderá 16.

Há uma grande incógnita se este combo será viável no formato e até se ele superará outras propostas que temos no Metagame atual, como a de Archfiend of the Dross com Metamorphic Alteration ou Sorin, Imperious Bloodlord com Vein Ripper, mas sua presença no formato e o alto requerimento de mana, além dos valores de nas suas peças centrais, parecem dar um bom motivo para experimentarmos novas variantes de Mono Black Devotion.

Calamity, Galloping Inferno habilita um combo poderoso ao lado de Terror of the Peaks.

Quando Calamity entrar em jogo, Terror of the Peaks causará 4 de dano ao oponente. Ao atacar tripulado pela criatura, Calamity criará duas cópias de Terror of the Peaks - a primeira desencadeará a habilidade do original, causando 5 de dano, e o segundo desencadeará o original e a cópia para mais 10 de dano, totalizando 19 antes de sequer chegar ao dano de combate.

Como seu custo de mana para ser executado é alto e requer que o oponente não interaja com nenhuma das peças antes do combate, acredito não haver espaço para ele no Metagame competitivo, mas cards como Smuggler’s Surprise ou Genesis Ultimatum ajudam a trapacear em seus custos de mana enquanto ambos podem ser suficientemente úteis por conta própria, talvez sirvam como bons payoffs de um Big Mana com efeitos eficientes de ETB, como Titan of Industry.

Magebane Lizard se junta aos hates contra Lotus Field e outros arquétipos que conjuram múltiplas mágicas em um turno. Ele pode não fazer tanto quanto Roiling Vortex quando o oponente conjura Omniscience ou inicia um looping com Quintorius Kand, mas faz um estrago relevante enquanto também é uma criatura, o que pode lhe dar espaço em listas vermelhas agressivas.

Além de ser o mais próximo de um Kiln Fiend que o Pioneer tem, Slickshot Show-Off é um Mago e, portanto, se junta a Soul-Scar Mage como um meio de transformar Wizard’s Lightning em um Lightning Bolt enquanto possui impacto imediato na mesa.

Parece uma adição certa aos decks de Prowess e Burn, e pode encontrar um lar também nas listas de Heroic por conta da sua evasão e impacto imediato.

Menção honrosa.

Bristly Bill, Spine Sower possui sinergias muito explosivas com Hardened Scales e efeitos similares no formato. Não parece o card que vai alavancar essa estratégia para o nível competitivo, mas é outra boa adição ao arquétipo.

Goldvein Hydra é difícil de avaliar porque não temos Big Mana eficientes no formato que não estejam acoplados a uma base de Devotion e Nykthos, Shrine to Nyx - e no caso do Mono Green, Voracious Hydra se apresenta como uma ameaça mais eficiente para seu plano de jogo.

No entanto, sua sopa de habilidades e impacto imediato remetem, em alguns pontos, a Questing Beast, e pode lhe oferecer algum espaço no maindeck ou Sideboard de arquétipos agressivos com uma curva de mana eficiente, como o Gruul Vehicles.

Smuggler’s Surprise não possui alvos tão bons no Pioneer fora de Atraxa, Grand Unifier, da qual existem meios mais eficientes de trapacear em custos. Logo, seu espaço pode ficar um pouco limitado no Metagame quando o comparamos com Indomitable Creativity.

Alguns arquétipos de Big Mana/Ramp podem se interessar nele se houverem payoffs suficientes (como o já mencionado combo entre Terror of the Peaks e Calamity, Galloping Inferno), ou ela pode encontrar um lar em estratégias que possam aproveitar seus outros módulos, como o Abzan Greasefang.

Akul, the Unrepentant sofre do mesmo problema de Smuggler’s Surprise: existem opções melhores para o que ele se propõe em fazer, mas um 5/5 por quatro manas com evasão tem outras utilidades além de trapacear em custos de mana, e pode criar algumas boas interações no Metagame.

Annie Joins Up tem potencial para ser usado como one-of em decks multicoloridos com um número alto de efeitos vindos de permanentes lendárias, como o Four-Color Omnath, ou que se importam com encantamentos e podem aproveitar do seu efeito de ETB para interagir com a mesa, como o Enigmatic Fires, onde podemos buscar Elder Gargaroth ou Elesh Norn, Mother of Machines, ou Tolsimir, Friend to Wolves.

Kellan Joins Up nos permite, com a combinação perfeita, conjurar Tibalt, Cosmic Impostor vindo de Valki, God of Lies, servindo como complemento para um plano de jogo iniciado com Jace Reawakened.

Esses cards também possibilitam conjurar o custo alternativo de Bramble Familiar e complementar Invasion of Alara no plano de trapacear custos de mana, tendo potencial para criar um novo arquétipo no Metagame competitivo.

Lilah, Undefeated Slickshot pode merecer alguns testes no Niv-to-Light pela facilidade do deck em conjurar mágicas multicoloridas e extrair valor de suas habilidades, mas ela me soa como um efeito de “win more” ao invés de algo que realmente agrega ao já limitado espaço deste arquétipo.

Ruthless Lawbringer está no tipo de criatura ideal e possui as habilidades certas para estabelecer algumas combinações poderosas em variantes de Vampires, onde podemos sacrificar Dusk Legion Zealot ou uma ficha criada por Preacher of the Schism para destruir qualquer permanente de não-terreno em jogo, além de ter um custo e corpo apropriado para impactar o jogo.

Grand Abolisher é uma adição útil da qual pode mudar a maneira como lidamos com combos baseados em criaturas no formato, especialmente nas que utilizam tutores como Traverse the Ulvenwald ou Chord of Calling para buscá-lo.

Não deve se tornar uma staple imediata, mas tem potencial para merecer um slot de toolbox no Abzan Amalia.

Harvester of Misery soa quase “forte demais” para segurar decks Aggro, mas não deve ter tanto impacto no Pioneer, pois não temos como colocá-lo cedo em jogo com efeitos de reanimar.

Pode surgir como um substituto viável ao Bonecrusher Giant no Rakdos Midrange ou até como uma staple das variantes de Mono Black Midrange caso o Metagame demande lidar melhor com estratégias de go-wide, como o Boros Convoke.

O problema é que a Wizards parece ter definido que Aggros de custo baixo não podem prevalecer no Pioneer - Pest Control é boa prova de como a equipe de design tem criado mais barreiras para limitar o espaço de arquétipos baratos no formato.

Essa mágica não deve ser tão impactante no Pioneer como será no Legacy ou até no Modern, mas se transforma em outro grande limitador para os go-wide baseados em fichas e/ou one-drops no Metagame do formato, além de ser uma resposta excelente contra Witch’s Oven.

É difícil avaliar o potencial de Lost Jitte no Pioneer porque não temos Stoneforge Mystic ou Urza’s Saga para buscá-la no formato, e sua principal habilidade não é tão impactante a menos que estejamos desvirando Lotus Field ou outro terreno que gere uma quantidade absurda de valor.

Ele provavelmente começará surgindo em alguns Sideboards ou até em estratégias de Ensoul Artifact para tirar o máximo de proveito dele, mas sua aparição em maindeck e/ou em outros arquétipos dependerá bastante dos seus resultados iniciais.

Sword of Wealth and Power é, em essência, um equipamento que garante proteção contra remoções, mas o Pioneer é um formato onde Bloodtithe Harvester, Leyline Binding e Skyclave Apparition possuem certa recorrência no Metagame, o que limita seu espaço.

Além disso, tal qual Lost Jitte, a nova espada não possui tutores eficientes para agregar consistência em tê-lo na sua mão, e dada a baixa presença dos outros cards do seu ciclo no formato, não creio que ele estará no cenário competitivo.

Torpor Orb é, talvez, o card mais importante da edição para o Pioneer - não por fazer algo muito absurdo ou específico no Metagame atual, apesar de travar efeitos de ETB como os de Atraxa, Grand Unifier e Trumpeting Carnosaur, além de atrapalhar o combo de Amalia ao “lockar” o lifegain de Prosperous Innkeeper e Lunarch Veteran, mas pelo potencial de servir como uma resposta para qualquer efeito problemático no futuro e o fazer para qualquer deck.

Caso artefatos ganhem mais relevância em algum momento, Fomori Vault é quase tão bom quanto um Impulse a cada turno para um arquétipo mais dedicado a eles. Seu custo de ativação não parece atrativo para decks de Ensoul, mas podem se beneficiar da recente aparição de listas Control com Whir of Invention.

Isso é tudo por hoje.

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