Magic: the Gathering

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Review da edição JumpStart: Historic Horizons

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Historic Horizons estreia no dia 12 de agosto, exclusivamente para o Magic Arena. Hoje, fazemos um review das cartas da coleção para o formato Histórico e o que podemos esperar do futuro do formato.

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revised by Tabata Marques

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O Spoiler completo de JumpStart: Historic Horizons está finalmente liberado.

A edição, exclusiva para o Magic Arena, conta com 372 cartas que são adições novas a plataforma, incluindo 31 cards com mecânicas únicas que só existirão no Magic Arena, e hoje estarei dedicando este artigo a fazer um review da coleção e comentar suas adições mais interessantes para o Historic.

Cards Exclusivos

A grande polêmica de Historic Horizons foi o anúncio de que a coleção teria alguns cards que existirão apenas no Magic Arena, levando muitas discussões na comunidade sobre a possiblidade de existir dois “Magics” distintos entre o mundo real e o jogo digital.

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Eu fiz um artigo explicando ponto a pontolink outside website do que está acontecendo e do que podemos esperar do futuro do Magic Arena e o que Historic Horizons significa para a plataforma digital, e você pode conferi-lo aqui.

Dito isso, a Wizards foi bem cuidadosa com os cards exclusivos, com nenhum deles parecendo inicialmente quebrado ou com mecânicas que alteram muito da dinâmica do jogo fora de jogos casuais ou da proposta da coleção.

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Os Planeswalkers, por exemplo, são bem-construídos e parecem divertidos para Historic Brawl, mas não parecem apresentar elementos capazes de quebrar o jogo, são ótimas cartas de se construir em volta, como se fossem cards dedicados de um produto de Commander no mundo real, mas possuem habilidades únicas e uma natureza que os tornam interessantes, mas provavelmente não competitivamente viável.

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A habilidade de Perpetually cria algumas interações interessantes, num contexto geral, mas nenhum dos cards realmente parece ser uma Staple do formato em cenários competitivos, apesar de algumas, como Davriel’s Withering poderem ver jogo.

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Conjure não está nem perto de ser tão bom quanto poderia ser, apesar de seus dois principais cards podem ver jogo em alguns decks já que Shoreline Scout serve como um bom manafixing para decks de Merfolks e Tome of the Infinite gera valor todo turno, apesar de que de maneira totalmente aleatória.

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A habilidade com maior potencial de ser abusada de alguma maneira é Seek, que permite que você busque aleatoriamente no deck um card com condições específicas.

Eu acredito que a mecânica pode ser futuramente abusada caso venham a existir combos que se encaixem nas especificações de suas respectivas cartas por conta da possibilidade de manipular a deckbuilding para obter o resultado óbvio com a habilidade.

Suponha que exista um combo de duas cartas envolvendo criaturas do tipo Elfo de custo 2 ou menor, você poderia utilizar tanto Freyalise quanto Manor Guardian para “tutorar” os cards, enquanto abre espaço para outros meios de interação no jogo.

Atualmente, não parece ser o caso, mas Seek é a mecânica que a Wizards precisa ser muito cuidadosa para não quebrar.

Os Tribais

Historic Horizons possui diversos pacotes dedicados a decks tribais, que trouxeram diversas adições para Goblins, Merfolks, Vampires, Slivers, Humans, entre outros.

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Começando pelo novo tribal, o Slivers recebeu diversas adições na coleção, mas existe um problema crônico nas cartas recebidas: Vieram apenas quatro criaturas que aumentam o poder das demais criaturas, o que é muito menos do que os 12 á 16 utilizados nas listas de Slivers competitivas nos demais formatos.

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Por conta disso, não consigo imaginar o arquétipo se tornando um Tier 1 do formato, mesmo que opte por utilizar cards como Glasspool Mimic para “ampliar” o número de lordes, mas com Sliver Hive e Ancient Ziggurat no formato, consigo imaginar o arquétipo se aproximando de um Tier 2.

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O Merfolks, deck que muitos jogadores tentam fazer funcionar no formato, ganhou cards muito relevantes que podem ajudar na construção do deck, especialmente Master of the Pearl Trident, que se junta a Merfolk Mistbinder como mais um lord e Svyelun of Sea and Sky como uma engine de card advantage e proteção para suas criaturas.

Em geral, acredito que essas são adições importantes para o arquétipo, mas assim como o Slivers, a falta de determinadas Staples do arquétipo que existem em outros formatos parecem ainda prejudica-lo quando comparado a decks como Goblins no Historic.

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Vampires também receberam boas adições que se juntam á Knight of the Ebon Legion, Adanto Vanguard, Sorin, Imperious Bloodlord, Gifted Aetherborn, Champion of Dusk e Legion’s Lieutenant para ampliar o leque para o Vampires, um deck que faz resultados ocasionalmente.

Dado que o arquétipo já funciona bem no Pioneer, e Cordial Vampire é uma ótima adição para decks que procuram ser agressivos com suas criaturas, punindo o removal dos oponentes e interagindo bem com Indulgent Aristocrat, não me surpreenderia ver o arquétipo subir no Metagame.

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Zombies foi um deck que ganhou adições que foram muito importantes para o deck durante sua época de Standard, além de Undead Augur como mais um card que pune o oponente por remover suas criaturas. O formato conta com Cryptbreaker, Lord of the Accursed, Death Baron, Gempalm Polluter, Grave Marshall, Liliana’s Mastery e Liliana, Untouched By Death como cards que interagem com Zumbis portanto, é possível que um deck tribal venha á surgir.

E Champion of the Perished foi anunciado em Innistrad: Midnight Hunt, o One-drop perfeito para que o arquétipo tenha ainda mais chances de ser competitivamente viável no futuro.

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Skyshroud Lookout muito provavelmente verá bastante jogo no Elves, já que se trata de um Elvish Visionary com uma habilidade significativamente melhor para um deck que dificilmente quer comprar uma land.

Freyalise, Skyshroud Partisan é uma opção interessante para o arquétipo, mas não consigo imaginar o deck optando por ela ao invés de Collected Company e nem removendo mais slots de criatura para coloca-la no deck.

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Apesar de não termos recebido Champion of the Parish, acredito que um deck de Humans pode surgir no Historic com a adição de Thalia’s Lieutenant, que junto de cards como Meddling Mage e General Kudro of Drannith, dentre diversos outros humanos poderosos do formato, podem levar o arquétipo ao topo do formato.

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Goblins recebeu duas adições que considero bem fortes para o arquétipo, com Munitions Expert servindo como um removal enquanto Sling-Gang Lieutenant permite ao deck ter alcance e ganhar jogos mesmo sem atacar, além de produzir dois corpos quando entra em jogo.

Ambos os cards são adições interessantes, e o splash para o preto daria ao arquétipo acesso a interações hoje muito necessárias no formato, como Thoughtseize.

Sinergias

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A temática de artefatos é bem presente na coleção, e estes cards podem levar os decks de Tempered Steel a ressurgir no formato ou criar um arquétipo novo voltado para artefatos com cards com os cards acima, além de Blinkmoth Nexus, Ingenious Smith, Karn, Scion of Urza, dentre outras opções.

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A edição também tem uma forte temática de descarte ou de importância de cards específicos no cemitério, uma mecânica que pode ser facilmente potencializada com Faithless Looting, um card que ainda é permitido no formato hoje.

Eu não considero que as adições de Madness por conta própria sejam o suficiente para o arquétipo funcionar, apesar de cards como Blazing Rootwalla e Asylum Visitor serem boas criaturas, enquanto Fiery Temper é um removal bem funcional no formato hoje e Chainer, Nightmare Adept é uma engine de descarte muito poderosa para ser ignorada. Estes cards podem ser individualmente bons, mas não parecem tão bons em conjunto a ponto de criar um deck sozinhos.

Já no caso do Delirium, o arquétipo enfrenta o desafio de não possuir cards como Mishra’s Bauble ou Street Wraith para acelerar o número de cartas no cemitério de graça, mas creio que com o uso de cards como Soul-Guide Lantern, Faithless Looting e cartas do pacote de Madness, cards como Bloodbraid Marauder e Dragon’s Rage Channeler podem ver jogo no formato.

Eu, particularmente, estou bem empolgado em jogar com Dragon’s Rage Channeler no Historic já que não temos Delver of Secrets,

A parte mais interessante do pacote de descarte da edição com certeza são os enablers: Bone Shards já vê jogo no Modern e no Legacy em decks dedicados a arquétipos com temática de descarte, Seasoned Pyromancer é uma staple do Modern e Insolent Neonate é um ótimo outlet que também pode servir como uma criatura agressiva no early-game, enquanto Faithless Salvaging pode ser usado em conjunto com Faithless Looting nos decks de Phoenix.

Num olhar geral, provavelmente decks com temática de cemitérios e descarte podem ver jogo no formato, pois receberam muitos enablers e payoffs bons, enquanto já possuem ótimos cards no formato nas cores certas, como Kroxa, Titan of Death’s Hunger e Hollow One, mas não tenho certeza se há meios suficientes de tornar estes arquétipos melhores do que os decks do atual Metagame do Historic.

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Análise de cartas

Dito isso, existem diversas cartas em Historic Horizons que merecem uma atenção individual ou que não se encaixam nas categorias acima, mas possuem algum potencial para o formato em arquétipos específicos ou no formato.

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Benalish Partisan é uma adição interessante para os decks de Cycling, apesar de custar duas manas, já que se beneficia da temática do deck enquanto também é um card que pode ser reciclado para a habilidade de outras criaturas, apesar dela crescer de maneira significativamente pior do que as demais criaturas do deck.

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Considero Esper Sentinel como a melhor carta da edição.

Esper Sentinel permite a decks agressivos tornarem trocas de 1-por-1 mais favoráveis já que o oponente terá de pagar uma mana (ou mais, caso Esper Sentinel seja equipado ou encantado) adicional para evitar que estes decks comprem um card, mantendo dessa maneira uma vantagem em cards sobre o oponente.

Consigo imaginar este card entrando nos decks de Company e possivelmente no Auras, enquanto é mais um dos decks que podem alavancar de volta ao Metagame os decks de Tempered Steel.

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Ranger-Captain of Eos pode ser utilizado em decks como Humans, Mono-White Aggro, Selesnya Company e Orzhov Shadow para buscar criaturas de custo 1 enquanto pode interromper interações por parte do oponente.

Particularmente, o fato dela impedir que o oponente conjure mágicas por um turno pode ser um ponto muito importante num jogo para evitar um sweeper ou um removal no turno em que você pretende fazer uma jogada mais explosiva.

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Serra, the Benevolent não teve muito sucesso no Modern por conta de um power level relativamente baixo, mas o card pode ver jogo no Historic caso exista uma combinação certa de criaturas voadoras que possa ser utilizado na curva certa com a Planeswalker.

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Mais um alvo poderoso para os decks de Indomitable Creativity, e um do qual decks lineares como decks de criatura podem ter muito problema em lidar caso caia na mesa rápido, como costuma-se fazer com estes decks.

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Ninguém conseguiu quebrar Vesperlark em nenhum formato ainda. Será possível quebra-lo no Historic?

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4 de poder em dois corpos por três manas já foi muito relevante no passado, mas hoje parece um tanto irrelevante comparado ao que temos, em geral no formato. Mas como a habilidade de criar um Golem 3/3 é uma habilidade de ETB, é possível que abusar de Blade Splicer com Yorion, Sky Nomad, Charming Prince e os recém-adicionados Restoration Angel e Soulherder.

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Restoration Angel costumava ser uma staple do Standard e do Modern por muito tempo, principalmente por conta da sua interação com Snapcaster Mage.

No Historic, um corpo evasivo, com flash, que protege suas criaturas por quatro manas não parece a coisa mais empolgante do mundo, e a ausência de Snapcaster Mage ou Kiki-Jiki, Mirror Breaker tornam de Restoration Angel um card mais fraco, mas não me surpreenderia se passasse a ver jogo, pois foi sempre uma grande staple em algum momento dos formatos em que esteve presente.

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E quem não lembra da frustrante interação de Restoration Angel com Thragtusk no Standard de Innistrad-Return to Ravnica ?

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Archmage’s Charm vê bastante jogo no Modern nos decks Control, mas no Historic, pelo menos até o momento, não é um formato onde você pode utilizar com excelência a habilidade de tomar o controle de uma permanente de custo 1 ou menor, já que existem poucos cards de alta relevância neste custo.

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Enquanto Serra’s Emissary é um ótimo payoff para os decks de Indomitable Creativity, o deck recebeu um ótimo enabler com Hard Evidence, um card que cria um token 0/3, que bloqueia muito bem contra os decks agressivos, enquanto também cria um token de Clue, ambos podem ser utilizados com Indomitable Creativity e este card pode, inclusive, alavancar as versões do deck que utilizam o combo de The Locust God

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Davriel’s Withering oferece uma resposta definitiva para cards que voltam do cemitério e que vêem jogo no formato, como Cauldron Familiar, Gutterbones, Scrapheap Scrounger, Skyclave Shade, entre outros.

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Putrid Goblin pode ser combinado com Good-Fortune Unicorn ou Grumgully, the Generous e Blood Artist para criar um combo infinito com qualquer sac outlet gratuito como Yahenni, Undying Partisan.

Estamos falando de um combo de quatro cartas, o que provavelmente dificulta a viabulidade do deck dentro de um formato tão eficiente como o Historic, mas vimos decks de Aristocrats com combos infinitos funcionarem em outros formatos em diversos momentos da história do jogo, então… Quem sabe?

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Yawgmoth, Thran Physician possui um deck inteiramente dedicado a suas interações com criaturas com Undying no Modern.

Como criaturas com Undying não existem no Historic, não acredito ser possível abusar de suas habilidades como é feito no outro formato, mas não o descarto como uma possível engine de valor e atrito.

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Eu não tenho certeza se o formato realmente pode fazer bom uso de Sudden Edict ao invés de remoções pontuais, visto que o formato não possui ameaças com Hexproof que sejam difíceis de remover e este card não lida com uma criatura encantada com Kaya’s Ghostform.

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Thundebreak Regent tornou dos decks de Dragões uma opção no Standard de Khans of Tarkir ao lado de Kolaghan, Storm’s Fury e/ou Dragonlord Atarka. É possível que, em conjunto com Goldspan Dragon, um deck de Dragons aos moldes do que vemos com o Izzet Dragons torne-se uma possibilidade para o Historic.

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Só estou citando Skyshroud Ambush porque, além de não compreender por qual motivo ele só existirá no Magic Arena, este card seria uma adição perfeita para o Pauper.

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O combo de Minion of the Mighty com Terror of Mount Velus torna-se um 3-card combo mais consistente com Scale Up, já que Scale Up habilita a habilidade de Minion of the Mighty.

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Dito isso, continuo a considerar o combo inconsistente e frágil demais para o formato.

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Existem alguns cards que interagem muito bem com marcadores +1/+1 no formato, como Conclave Mentor que podem adicionar redundância para este arquétipo, enquanto cards como Luminarch Aspirant são cards poderosos que colocam marcadores nas suas criaturas.

Logo, é possível que um deck de Hardened Scales tenha alguma oportunidade de se tornar um arquétipo viável (porém, creio que não competitivo o suficiente) dentro do Historic.

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Talvez até mesmo Eternal Witness seria uma escolha segura para o Historic já que Time Warp está banida e todos os outros turnos extras do formato são exiladas após o cast. Cards como Mizzix’s Mastery e Torrential Gearhulk já fazem o trabalho de reutilizar mágicas de maneira mais eficiente de qualquer forma.

Timeless Witness é uma boa adição ao formato e pode ver jogo nas versões Abzan dos decks de Yorion, Sky Nomad, mas não me parece uma grande competidora no formato.

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Apesar de termos a manabase de Triomes + Shocklands, acredito que a ausência de Fetch Lands no formato reduz muito o potencial de jogo de Territorial Kavu, pois se torna impraticável um deck agressivo utiliza-lo, e ele não é o tipo de ameaça que um deck Midrange ou Control como os decks de Niv-Mizzet procuram.

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Soulherder é outra poderosa adição para os inúmeros decks de blink que os jogadores tentam fazer funcionar no Historic desde o lançamento de Yorion, Sky Nomad, e este card pode ser uma boa adição já que permite “blinkar” uma criatura na sua end step, todo turno, o que pode criar fortes interações com o próprio Yorion ou com cards como Timeless Witness.

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Por fim, tal como Hard Evidence, Khalni Garden oferece aos decks de Indomitable Creativity um enabler para a mágica por apenas uma mana (já que o terreno entra virado) e sem muitas condições necessárias fora o uso de uma land que está fora das cores normalmente utilizadas pelo deck, o que pode se provar um desafio ou problema para um deck que precisa de três manas vermelhas para conjurar seu principal card.

Conclusão

Este foi meu review de JumpStart: HIstoric Horizons.

Honestamente, confesso que a coleção desaponta um pouco no quesito “trazer criaturas melhores para balancear e igualar as mágicas adicionadas com a Mystical Archives”, mas isso se trata principalmente da gestão e da forma como ambas as coleções foram adicionadas ao formato.

Enquanto a Mystical Archives foi assumidamente uma coleção adicionada ao formato sem um planejamento e numa natureza de “vamos observar onde isso vai dar”, as inclusões de Historic Horizons parecem ser planejadas, analisadas para encaixar em um dos pacotes da coleção e sem o intento ou até mesmo a falta de percepção de que puxar demais o pêndulo para criaturas poderia colaborar para quebrar o formato novamente.

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O Historic não parece estar em um dos seus melhores momentos desde o lançamento da Mystical Archives para o formato, e eu tenho a esperança que os cards da nova coleção possam balancear o formato e aumentar o power level de arquétipos a ponto de deixa-los pareados com os principais decks do Metagame hoje, dando nova vida para arquétipos antigos e trazendo novas opções para o formato também.

Descobriremos o impacto do novo set no Historic a partir do dia 12 de Agosto, e vocês poderão acompanhar a evolução do formato no Metagame, a minha série semanal onde faço um levantamento e análise dos formatos competitivos.

Obrigado pela leitura!