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Modern: Análise de Carta - Chandra, Dressed To Kill

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No artigo de hoje vamos analisar a carta nova da Chandra, observando como a mesma está jogando e impactando no formato Modern.

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revisado por Tabata Marques

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Quando uma coleção é lançada, todos gostamos de teorizar sobre ela. Tal carta vai jogar, outra carta tem alguma sinergia com uma mecânica ou deck específicos... e por aí vai.

Em Innistrad - Crimson Vow, uma das cartas que mais me chamou a atenção foi a planeswalker Chandra, Dressed to Kill, e desde seu spoiler eu comento sobre o potencial que ela tinha de jogar em uma variação de deck que gosto muito. Fato é que ela está, sim, encontrando seu lugar no Modern exatamente no Mono Red Obosh e variantes, e vendo o desempenho que ela tem no baralho me veio a ideia de trazer pra vocês um conceito que eu gosto de chamar de contexto. Para exemplificar, quero exatamente fazer a comparação entre essa Chandra e outra versão bem famosa da planeswalker, a Chandra, Torch of Defiance!

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Análise da Carta - Chandra, Dressed to Kill

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Antes de tudo, vamos falar com mais detalhes sobre nossa estrela.

Chandra, Dressed to Kill é um planeswalker de custo 3 (o que já é um ótimo sinal, comentaremos sobre isso mais tarde) que possui duas habilidades positivas e um "ultimate". Sua primeira habilidade gera mana, o que já faz com que muitas vezes, virtualmente nossa Chandra "custe duas manas", é semelhante ao conceito do Teferi, Hero of Dominaria custar 5 manas, mas permitir que você o conjure e fique com um counter de duas manas em aberto; aqui, é possível conjurar nossa planeswalker com três manas e ainda sequenciar qualquer drop 1 vermelho.

Sua segunda habilidade é uma espécie de vantagem em cartas, sim, é mais limitada e demanda um volume de cartas vermelhas mais expressivo em seu baralho, mas ainda assim, é uma ótima utilidade para um planeswalker em um deck mais proativo e que quer conjurar as cartas no seu próprio turno, o que convenhamos, é algo que o Mono Red faz bastante.

Seu ultimate, por mais que não seja ruim, não é o que faz a carta ser útil. Mesmo que a Chandra possua duas habilidades positivas, um planeswalker com 3 de lealdade que não se protege chegar até 7 de lealdade geralmente só é possível em um jogo que já está ganho, sem falar que é um ultimate custoso e que não necessariamente ganha a partida de imediato.

Em uma pequena conclusão, é seguro dizer que essa Chandra é um ótimo Planeswalker de utilidade, gerando mana e cartas para avançarmos mais nosso jogo. Não é a carta que nos vai ganhar o jogo, mas serve de suporte para que outras cartas brilhem mais.

Sinergias entre cartas

Falando em suporte para outras cartas, é interessante ilustrarmos melhor o que nosso novo planeswalker pode fazer, por isso trouxe aqui alguns exemplos de cartas que funcionam muito bem com a nova Chandra.

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Light Up the Stage é uma das melhores cartas para card advantage que o vermelho pode oferecer, e também é uma carta que parece perfeita para ser usada com a nossa nova planeswalker, principalmente levando em conta sua primeira habilidade, já que além de gerar a mana, a Chandra, Dressed to Kill causa um ponto de dano no oponente, o que é importantíssimo para habilitar o Spectacle do Light Up. É quase como se o Planeswalker tornasse a carta uma freespell, o que é importantíssimo para sequenciar melhor as outras cartas, com otimização de mana.

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Não é exatamente uma sinergia, mas o fato de estarmos num momento do formato onde temos essas duas criaturas é muito benéfico para nossa planeswalker.

Sequenciar a Chandra com outro drop 1 qualquer ou remoção no turno três já seria bom, mas poder fazer um planeswalker e uma das duas criaturas mais importantes no Modern contemporâneo é de um valor imenso.

Sem falar que, graças ao macaco, é possível fazer a Chandra no segundo turno e ainda fazer outro drop 1, e essa otimização extrema de mana que o vermelho possui faz com que Chandra, Dressed to Kill cause bastante impacto entrando nos primeiros turnos.

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Outro fator importante para a utilidade da nova Chandra é o fato dela cair como uma luva em decks de Obosh, the Preypiercer, não apenas pelo fato de se encaixar naturalmente no deck sem descumprir a regra do Companion, mas também graças a sua mana extra é possível puxar o Horror para a mão e até conjurá-lo com mais facilidade, sem perder jogadas proativas.

Decks com Chandra, Dressed to Kill

E claro, decks onde nossa Chandra brilhará serão os que utilizam as cartas citadas acima. Por sorte, as cartas também jogam bem entre si e inclusive já formavam um deck, o Mono Red Obosh, que se adaptou facilmente à planeswalker.

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Como exemplo temos uma lista que conseguiu entrar no Top 16 do Challenge de 04/12.

Aqui temos uma versão bem padronizada do baralho, mesclando excelentes drops 1 com drops 3 de alto impacto; o Mono Red Obosh se aproveita bem tanto da mana extra que a Chandra oferece, quanto do card advantage que vem com a segunda habilidade, até porque essa versão do baralho vem com a opção de não utilizar Light Up the Stage, talvez por se tratar de uma versão com a curva um pouco mais elevada, diferente do que vamos ver a seguir.

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Temos também a versão Boros, que ficou em sétimo lugar no Challenge do dia 11/12.

Já nessa versão, é possível perceber um baralho bem mais focado na nova planeswalker, principalmente pela curva extremamente baixa, o que possibilita melhor o aproveitamento de sua habilidade de mana, mas, por ser um deck mais agressivo, são necessárias formas de obter mais cartas e não perder o gás, sendo aqui a melhor função para a segunda habilidade da Chandra, além de pedir mais formas de se obter card advantage. Por isso, os Light Up the Stage estão muito bem colocados na lista.

Comparação com Torch of Defiance - Contextos

E aqui temos o ponto aonde eu queria chegar, para isso, vamos dar uma olhadinha na outra Chandra

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A Chandra, Torch of Defiance é um planeswalker com quatro habilidades, sendo duas positivas, uma negativa e um "ultimate"; suas habilidades positivas tem função bem semelhante às da Chandra, Dressed to Kill, porém são indiscutivelmente mais poderosas. Ela adiciona mais mana e seu card advantage não se importa com a cor da carta exilada, além de ocasionalmente causar dano.

Sua habilidade negativa é uma boa maneira de trazer equilíbrio à board em momentos de pressão, além de um jeito de se proteger, algo que a Dressed to Kill não possui. O ultimate segue sendo custoso, mas traz um emblema mais simples e que na maioria das vezes vai causar mais dano.

"Ah, mas se a Torch é mais forte em tudo, por que quem está vendo jogo é a nova Chandra?"

E aqui chegamos ao momento de falar sobre o contexto.

Magic é um jogo de custo benefício, e em consequência disso, muitas vezes optamos por cartas mais "fracas", porém menos custosas em mana. Dito isso, para um deck como o Mono Red Midrange, a diferença entre 3 e 4 manas é brutal, no sentido de que cartas de três manas tem funções mais utilitárias e cartas de quatro manas são mais focadas em causar impacto no jogo, e levando isso em consideração, a Chandra, Dressed to Kill faz seu trabalho utilitário melhor do que a Chandra, Torch of Defiance causa impacto na mesa.

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Obviamente, o "fator Obosh" também influencia bastante, já que o companion é uma carta atualmente essencial para a estratégia do Mono Red, o que faz com que a Chandra de Kaladesh acabe ficando de fora dessas construções, além das interações que a Planeswalker de Innistrad têm com cartas melhores posicionadas no formato.

Logo, mesmo a Torch of Defiance sendo uma carta mais poderosa, o contexto em que o Modern está passando pede um custo benefício melhor, além de diversos outros fatores que influenciam além do power level.

Conclusão

Analisar cartas individualmente são processos que acabam nos mostrando completudes maiores, como no caso da Chandra, que acaba revelando parte de como o ambiente do formato está se comportando, são temas interessantes que melhoram nossa qualidade de análise, recomendo que todos façam mais vezes.

E com isso eu me despeço, até a próxima!