Magic: the Gathering

Deck Guide

Modern: Jund Midrange e a adaptação

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Hoje vamos dar uma olhada nas constantes mudanças de um clássico do Magic, um deck que se adaptou muito e continua presente há muito tempo!

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revisado por Tabata Marques

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E mais Challenges vieram! Nessa semana, no dia 26/09link outside website tivemos uma variedade de decks presentes no meta já há algum tempo; alguns inclusive já mencionei em outros artigos, como o Izzet Tempolink outside website e o UB Milllink outside website. E também vemos um clássico, o Jund!

Baralho que é citado quase sempre que é pedido um exemplo de midrange, o Jund mostra resultados no Magic competitivo desde muito tempo, sempre acumulando as melhores cartas nas cores Preta, Vermelha e Verde.

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Mas talvez esse clássico esteja um pouquinho diferente do que todos estavam acostumados. O Jund Midrange foi um deck que se adaptou e mudou muito com as coleções recentes, e é sobre essa mudança que falaremos hoje.

O Jund "do passado"

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Essa foi a lista que Pierson Laughlin usou para conseguir o segundo lugar no Grand Prix Phoenix 2018 (saudades de um magic fisico, né?). Eu escolhi ela porque ela foi uma das primeiras listas relevantes após o desbanimento da saudosa Bloodbraid Elf, que julgo ser uma das cartas mais características do arquétipo.

Nessa época, o Jund funcionava com uma série de cartas de poder e impacto individual, aliadas a disrupções para minar os recursos do oponente, o intuito é levar todos os jogadores a recursos mínimos, assim fazendo com que ambos dependam do próprio "topdeck", e é aí que as cartas de impacto individual ganham o jogo.

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Como disrupções temos cartas que até hoje são ótimas remoções, como Fatal Push, Lightning Bolt e Abrupt Decay, além dos descartes que seguem sendo os mais poderosos do formato: Thoughtseize e Inquisition of Kozilek.

Para fechar, o baralho conta com Planeswalkers que são peças disruptivas e também cartas de impacto, como a Liliana of the Veil e a Liliana, The Last Hope, controlando e potencialmente finalizando o jogo.

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Falando das cartas de alto impacto individual, as criaturas do deck eram verdadeiros "azes". Gerando card advantage com o Dark Confidant, ou causando pressão no oponente, como Tarmogoyf e Scavenging Ooze.

No topo da curva temos a Bloodbraid Elf que faz ambas as coisas: Como uma "2 pra 1" automática, ela acaba trazendo vantagem em cartas, e sendo uma criatura 3/2 com ímpeto, a elfa entra causando pressão no oponente.

E assim, a engrenagem do Jund funcionava (e funcionava bem). Mesmo não possuindo sinergias claras, a combinação de cartas poderosas e disrupções eficientes fazia com que o baralho se mostrasse uma alternativa bem consistente.

O Jund "do presente"

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Aqui temos o Jund que ficou em quarto lugar no Challenge dessa semana, que sim, parece algo totalmente diferente do que acabamos de analisar ali em cima, mas mesmo com quase todas as cartas tendo sido substituídas, o sentido do baralho segue bem parecido. Esse é o ponto do artigo.

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Vamos começar com o que não mudou tanto: as disrupções continuam bem parecidas.

Inquisition of Kozilek e Thoughtseize ainda seguem sendo as melhores opções de descartes possíveis e a única remoção mais recente é Unholy Heat, que veio com tudo para ser uma das novas remoções mais relevantes do Magic.

Já as Lilianas foram "substituídas" pela Wrenn and Six, que mesmo não tendo tanto impacto na mesa quanto as planeswalkers monoblacks, compensa com sua resiliência e seu baixo custo em mana, o que aqui é um requisito bem delimitado, já que o baralho usa o Companion que será o tema do próximo tópico:

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Lurrus of the Dream-Den é uma das cartas mais importantes para toda essa mudança no Jund, porque se antes o deck exauria os recursos do oponente para ganhar em valor individual, agora o jogador de Jund faz a mesma coisa, mas com o objetivo de ganhar com o valor do nosso companheiro, que é uma oitava carta na mão.

Lurrus possui o potencial de trazer muito mais recurso, portanto o plano para matchs mais arrastadas estará sempre na sua mão, apenas esperando pelo momento certo. Tal vantagem é perfeita para um deck midrange e existem poucos motivos para não usarmos o gatinho.

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Mas convenhamos, é bem mais possível usar o Lurrus, ainda mais quando se tem boas opções de cartas nas curvas 1 e 2. Para isso, Modern Horizons II nos trouxe as possíveis melhores criaturas em custo benefício do formato, Dragon's Rage Channeler e Ragavan, Nimble Pilferer.

Ambos fazem duas funções, clock e vantagem estratégica, além de card advantage no caso do macaco e card selection com a habilidade da Darcy, e tudo isso por apenas uma mana! É possível ver mais sobre estes cards neste artigolink outside website do nosso amigo Pedro.

É uma vantagem muito grande para ser negada e assim. A única criatura não deixada de fora foi o Tarmogoyf que ficou ainda melhor hoje, já que o baralho atual é montado para atingir o delirium rapidamente, o que por consequência faz com que o jogador tenha rapidamente diversos tipos de carta diferentes no cemitério, possibilitando que o nosso Goyf fique maior rapidamente.

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E já que estamos falando de valor, que tal mencionamos a Urza's Saga?

Sim, atualmente é possível gerar valor com terrenos também e a Saga cumpre muito esse papel, podendo gerar duas criaturas exponenciais e tutorar um artefato para o campo, assim fazendo um "3 pra 1". Além disso, a carta possui uma sinergia bem relevante com nossa dríade planeswalker, Wrenn and Six, que vai retornar o terreno para a mão sempre que seus efeitos forem concluídos, gerando ainda mais vantagem.

Com isso, concluímos que o Jund atualmente não é só um baralho de poder individual, agora existem várias sinergias entre as cartas que podem e serão exploradas durante o jogo, mas com uma consistência tão grande que é como se as cartas sempre estivessem sendo exploradas ao máximo.

A Dragon's Rage Channeler quase sempre será uma 3/3 voadora, o Ragavan quase sempre conectará, a Wrenn and Six sempre terá uma função na mesa, o Lurrus provavelmente será no mínimo um 2 pra 1. O baralho é tão interligado que é como se todas as cartas ainda fossem de impacto individual, e isso aliado à grande eficiência de mana que as cartas têm por custarem tão pouco, faz com que o Jund atual seja uma opção bem mais interessante ao Magic contemporâneo.

Mas tudo é possível

"Mas então, quer dizer que o meu Jund Clássico morreu?" Não exatamente. Poucas coisas são impossíveis no Magic e fazer um Jund funcionar não é uma delas. Ainda existem grandes entusiastas do aspecto mais conservador do deck e algumas listas seguem fazendo algum resultado, mesmo que mais modesto, como essa lista aqui, que fez 5-0 em uma liga:

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Como podemos ver, mesmo seguindo a filosofia antiga, o baralho segue com inovações.

Temos o Ignoble Hierarch, que mesmo não sendo a melhor carta a se comprar no "modo top deck" (que é sua maior diferença em comparação com o dork mais famoso que o deck já possuiu, o poderoso Deathrite Shaman), a carta ainda cumpre bem sua função de acelerar o jogo, encaixando uma das bombas um turno mais cedo, isso sem ser algo inútil na mesa, já que o seu exaltado é ótimo para favorecer em trocas, atritos ou apenas melhorar o clock.

Além do nosso novo goblin, temos Seasoned Pyromancer, que acaba sendo útil em diversos momentos do jogo. Se você precisa de cartas na mão, ele vai te comprar duas cartas, se você está cavando cartas específicas, ele vai te ajudar a reciclar a mão, e caso você descarte peças que não são terrenos, ele ainda cria mais board. Como se não fosse o bastante, após ir para o cemitério, o nosso piromante ainda tem um último suspiro, fazendo duas fichas em velocidade instantânea, o que é perfeito para pegar o oponente de surpresa em bloqueios, ou apenas causar aqueles pontinhos de dano a mais. Essa sim, é uma criatura de grande valor individual.

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Conclusão

E aqui vimos um resumo da trajetória de um dos baralhos mais populares do formato desde quase sempre, que mesmo estando muito diferente do que era há 3 anos, segue mantendo a sua proposta de jogo interativo e de atrito, com as cartas mais eficientes nas cores e jogadas simples, porém efetivas.

E é nessa nota saudosista que me despeço de vocês, até a próxima!