Magic: the Gathering

Opinion

Lore de Magic: Ulgrotha, uma Terra Natal

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Imagine um plano que já sobreviveu a um cataclisma, se reergueu, depois superou a passagem de vários planinautas como Nicol Bolas e Serra. Agora, uma família de vampiros o comanda! Haja história para um único plano, então senta que lá vem história.

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revised by Tabata Marques

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Introdução

No artigo de hoje, trago para mesa um plano rico em história, que espero poder ver em breve em um possível retorno. É um dos planos tocados pela Realmbreaker, no qual sabemos que, depois do banimento de Phyrexia, portais (Omenpaths) se abriram entre os planos.

Ulgrotha é um plano bem parecido com Innistrad. Com uma família tradicional de vampiros no poder, temos também anjos e até titãs vindos de fora do plano e duelando.

Além disso, colocarei algumas pulgas atrás da sua orelha, caro leitor. Além de ter muitos paralelos com Innistrad, voltar neste plano pode explicar brechas inacabadas da história, como uma parte importante da vida de Serra. Quem sabe Elspeth venha investigar um pouco mais sobre sua mentora?

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E mesmo se não tivéssemos estes motivos, conhecemos 2 portais planares na história antiga deste plano. Um ligava a planície de Sursi em Dominária às Montanhas Koskun em Ulgrotha. Digo "ligava", pois não tivemos mais notícias dele depois das várias catástrofes que o plano de Dominária sofreu, como bem sabemos. O segundo portal está localizado na cidade anã abandonada sob o Castelo Sengir. É incerto afirmar se ainda funciona, embora a população de anões de Ulgrotha tenha chegado ao plano através dele.

Bem, se apenas na introdução temos tudo isso de informação, se prepare pois o que não falta é história para termos novas sagas!

A Grande Guerra

Em 1995, fomos apresentados à sétima edição do jogo, que até 2006 era a segunda expansão do bloco de Ice Age. Ela foi deixada como algo à parte e deu lugar a Coldsnap, que se tornou parte do bloco de Ice Age. Então Homelands, a edição na qual tudo que vou lhes contar ocorre, acabou se tornando a segunda edição sem bloco do jogo e deixada meio que de lado como um ponto fraco na história do jogo. As cartas foram muito criticadas pelo seu poder bem abaixo das lançadas anteriormente, e por não introduzirem nenhuma mecânica nova. A edição trouxe a história de um plano que tinha muita vida, era rico em mana, e um pouco diferente da maioria.

Há muito tempo, haviam dois grandes grupos rivais. Um era composto por magos anciões poderosos conhecidos pelo nome “Os Antigos”, e o outro era composto pelos Tolgaths, um grupo de planinautas (aqui vale lembrar que planinautas eram mais comuns anteriormente na história. Depois da emenda, tivemos várias mudanças em relação a eles).

Não se tem muita informação sobre como começaram os embates ou o que teria sido a fagulha inicial, mas o que se sabe é que os Tolgaths chegaram ao plano e habitaram a Cidadela, uma fortaleza que os Antigos se certificaram de observar para que seu grupo rival não viesse a se tornar um perigo ao plano. Os Antigos os cercaram e se deu início a grande guerra do plano.

Enfim, após estourada a guerra entre estas duas grandes forças, o plano começou a sofrer o impacto: Criaturas eram invocadas para lutar por seus mestres, e duelos de magia e destruição podiam ser observados em todo canto. Em um ponto do conflito, próximo ao Grande Mar, um dos senhores Antigos foi forçado a abrir uma fenda para outro plano diferente para drenar mana e alimentar seus feitiços, mostrando também o quão poderosos esses caras eram.

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A luta prosseguiu até que os Antigos conseguissem invadir a Cidadela. Neste momento, entra na história uma maga Tolgath chamada Ravi (guardem este nome), que, observou o cerco sem poder fazer nada por três longos dias, vendo seus amigos serem mortos ou capturados, observando os feitiços e paredes da fortaleza serem quebrados. Sabendo que seria questão de tempo até tudo acabar, Ravi vai até um Pináculo de rocha basáltica ali próximo, retira um pingente (Apocalypse Chime) de seu pescoço e o toca levemente.

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Logo após descer as escadas sob o pináculo para acessar uma caverna, entrou em um sarcófago, fechou a porta e se selou lá dentro.

Na sequência, os efeitos que sucederam foram comparáveis ao estouro do Sílex em Dominária, pois o artefato causou uma reação mágica em cadeia afetando todo o plano. O som do artefato, sintonizado com os padrões de fluxo de mana do plano, interrompeu todos os canais de mana e Leylines.

Qualquer criatura que precisasse de mana pra sobreviver morreu, e todos os magos que não conseguiram escapar foram queimados por um fogo incolor. A terra morreu na maior parte do plano, a vida secou e a maioria das criaturas invocadas para as batalhas anteriormente sumiram, sendo absorvidas pelo próprio solo em que pisavam. Onde antes existia uma rica terra que produzia mana, agora ela sugava mana e toda vida que a pisava. Mesmo as criaturas aladas uma hora tinham que pousar…

Ravi, selada dentro do sarcófago, pensou sobre o que tinha acabado de fazer. Seu antigo mestre deu este artefato a ela, pedindo para utilizar quando não houvesse mais o que ser feito, ou seja, no último dos casos. Porém, ele não considerou que não apenas o inimigo seria eliminado, mas quase toda a vida do plano. Ravi era uma feiticeira baseada na natureza, por isso, mesmo dentro do local selado, ela conseguiu sentir a força da terra se esvaindo e um sentimento de solidão a preenchendo. Seus laços com a terra foram arrancados, o que a levou próximo à loucura.

Mas o pior ainda estava por vir:

Após uma semana congelado no tempo, o sarcófago deveria abrir, proporcionando saída. Mas seu mestre não a ensinou como abrir o sarcófago. Presa, Ravi estava acordada, incapaz de sonhar, ciente de cada segundo que passava durante os anos futuros em que estaria trancada ali dentro. Sem todos os seus laços com a terra e sem meios para gerar o poder de abrir a fechadura, seu espírito foi rapidamente quebrado e a claustrofobia se instalou. Loucura nem começa a descrever o estado de sua mentalidade.

O único local em Ulgrotha que resistiu intacto a devastação foi onde aquele senhor dos Antigos abriu a fenda para outro plano. A vida em volta da fenda parecia ainda florescer. Enquanto isso, a maioria dos humanos do plano foi para as planícies ao norte, e os goblins e outros humanoides como os orcs encontraram um lar nas montanhas ao sul. Os minotauros que já viviam isolados nos vales da cordilheira continuaram com suas vidas da mesma maneira e foram pouco afetados.

Os pântanos já estavam despovoados e a maioria das pequenas criaturas marinhas ao longo das costas foram destruídas pela força do impacto. O pouco de floresta restante ainda continha criaturas e monstros nativos. A maioria do plano ficou desolada e o clima mudou. Onde as árvores morreram e murcharam, uma relva baixa e arbustos resistentes sobreviveram, assim como lagartos menores, insetos e criaturas menores, mas onde a fenda despejava mana das profundezas do solo parecia um oásis com abundância e vitalidade em meio a destruição.

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Em pouco tempo, nenhuma evidência da batalha poderia ser vista, nenhuma marca de batalha, nenhuma torre da cidadela, apenas lendas e mitos.

O Barão

Várias gerações passaram e o plano conseguiu uma breve recuperação. Certo dia, uma colônia de anões de outro plano, escavando, acaba passando através de um portal subterrâneo para Ulgrotha em busca de minerais e pedras preciosas. Eles chegaram bem abaixo das montanhas, onde estabeleceram uma cidade anã, chamada de "Nova Liberdade". Os anões cavaram até a superfície e começaram a construir um grande castelo de pedra chamado Morning Light, com vista para o pântano salgado.

Além disso, eles construíram navios à vela para explorar o mundo que encontraram, deixando alguns parentes para terminar o castelo enquanto descobriam um pouco mais sobre este novo local.

Depois de um duelo entre planinautas nos pântanos perto do castelo incompleto, um antigo Lorde Vampiro chamado Baron Sengir ficou preso no plano. Fraco, ele precisava de duas coisas: Sangue fresco e um local seguro para se estabelecer.

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Quando os Anões retornaram de sua exploração, descobriram que todos os seus parentes haviam sido mortos ou transformados em zumbis pelo Barão. Embora conhecessem muitas maneiras de entrar em seu próprio castelo, o Barão se mostrou ser forte demais para eles.

Em um de seus ataques às minas anãs, o Barão capturou a filha do Rei Anão, Irini Sengir, transformando-a em uma vampira. Ela se chamava apenas Irini antes, se tornando uma espécie de filha adotiva, e ganhando o nome Sengir após a transformação. Depois deste acontecimento, os Anões aceitaram que nunca seriam capazes de reconquistar o castelo que agora se chamava Castle Sengir, e o deixaram para Barão.

Os Anões, derrotados e desmoralizados, foram encontrar outro lar neste plano. Os sobreviventes fizeram um juramento de vingança e retiraram o conhecimento do portal planar de sua história. Logo depois, o Barão descobriu o local de descanso de Ravi, que enlouqueceu em séculos de prisão. Ele a libertou do caixão e a trouxe com ele, renomeando-a como Grandmother Sengir.

Sim, isso é meio estranho, já que o Barão deve ser de idade igual ou até mais velho que sua “avó” - mas esta é a história, e lendo alguns flavor texts, até faz sentido, como, por exemplo, esta frase da Vovó da carta Apocalypse Chime:

“Um dia, ou outro, talvez eu deva tocar meu belo carrilhão... bem alto, para que todos possam ouvir.”

- Vovó Sengir

Serra

Quase que ao mesmo tempo em que o Barão chega neste momento da história, Serra pousa em Ulgrotha. Neste tempo, ela era uma nômade após seu plano artificial, criado por ela, ter sido invadido por Phyrexianos. Para quem não sabe sobre esta parte da história, abro um pequeno apêndice importante:

Durante uma invasão Phyrexiana a Dominaria, Urza foge para o santuário de Serra muito ferido, com objetivo de usar os poderes de cura para se recompor, já que o plano era feito puramente de mana branca. Porém, sem medir consequências como ele sempre costumava fazer, logo após sua saída o plano foi invadido por forças de Phyrexia no comando de Xantcha, Sleeper Agent, que seguiram seu rastro. O plano conseguiu se defender, mas foi completamente corrompido e milhares de seus habitantes foram mortos ou corrompidos pelo óleo. Sem aguentar ver o que o plano se tornou graças à mana Preta, ela o deixa sob responsabilidade de Radiant, Serra Archangel e vai embora vagar pelos planos.

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Embora temperamental e impulsiva, ela incentivou a paz entre os vários nômades das planícies e a fundação do estado de Aysen em Ulgrotha, assumindo o papel de protetora do povo, sendo eventualmente descrita como uma deusa.

Feroz

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Feroz foi um aventureiro amável e gentil, mais voltado a mana branca, verde e azul, dono de uma habilidade em especial de entender e aprender as línguas de quase todas as criaturas que conhecera.

Durante suas viagens, Feroz adquiriu artefatos poderosos que o protegeram de inimigos. Com ajuda de feitiços, conseguiu reverter seu envelhecimento. Isso o permitiu explorar, por muitos e muitos anos, os planos infinitos e as maravilhas do multiverso. Essa experiência resultou em um ganho de sabedoria e compreensão que poucos planinautas alcançaram até hoje. Ele pôde vivenciar como o multiverso estava conectado em todos os níveis em vez de apenas entendê-lo como a maioria.

Após ter passado por tantos planos, Feroz começou a repensar a prática de invocar criaturas para lutar, pois viu muitas culturas serem dizimadas por conta desta prática.

Pousando nas Montanhas Koskun em Ulgrotha, próximo ao Rift (zona com a ligação a outro plano, aberto pelo Antigo descrito no começo), ele logo se impressionou com as tatuagens rituais de um minotauro em particular, pois tinham uma semelhança incrível com a relação das cinco cores de mana. Isso se provou ser mais do que apenas coincidência, pois Feroz foi capaz de detectar a centelha da capacidade embrionária de planinauta dentro daquele minotauro.

Feroz decidiu então se estabelecer com os minotauros até que pudesse educar o futuro planinauta e só partiria quando ele pudesse proteger seu clã e sua casa de outros planinautas. Este minotauro se chamava Sandruu e, em pouco tempo, Feroz se sentiu pronto para explorar o plano com ele.

Em uma de suas saídas, atraídos pela abundância estranha da vida na cidade de Onella, nas planícies do norte, Feroz percebeu a presença de outro planinauta ao entrar na cidade. Preparados para um possível combate, eles ficaram aliviados ao descobrir que este outro viajante era Serra, alguém que compartilhava suas crenças e visões. Entre elas, ambos acreditavam na não exploração de outras criaturas, porém, diferente de Feroz, que era um homem muito mais velho e sábio, Serra era uma jovem mulher teimosa que se estabeleceu neste plano antes da chegada de Feroz.

O que deixou Feroz impressionado foram os guardiões de Serra. Eram anjos que não pareciam seres vivos, mas sim encarnações de pura mana branca habitadas por espíritos da guerra. Logo a admiração de Feroz por Serra se transformou em amor, e o relacionamento deles floresceu.

Taysir

Não demorou muito para que Feroz pedisse a mão de Serra em casamento em um dos picos das montanhas Koskun, o local de sua chegada ao plano. Com sua residência cimentada, esposa ao lado e com treinamento de Sandruu avançado, ele o liberou para explorar o multiverso sozinho, enquanto ficou para cuidar do mundo o qual estava começando a gostar.

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Sandruu buscou a experiência de vários planinautas, mas sua natureza confiante o levava cada vez mais longe. Em uma de suas viagens ele se apaixonou por uma planinauta chamada Kristina, que lhe ensinou muito sobre a vida e a magia. Mas neste momento ele não cruzou apenas o caminho de Kristina, mas também o de Taysir, um mago de todas as cores da magia que também era apaixonado por Kristina.

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Taysir é um mago supremo, relatado em outras histórias anteriores. Alguns acham que o grande poder trouxe também a loucura, tanto que ele se referia a si na terceira pessoa. Sandruu acabou sendo pego de surpresa pela astúcia e ferocidade de Taysir, mas conseguiu fugir de volta para a segurança de seu plano natal. Ou era o que ele achava. Em pânico, na volta, acabou se descuidando e caiu perto das cavernas, longe de sua tribo. Taysir, como era mais poderoso, conseguiu não apenas segui-lo, mas passou a frente e chegou a tribo de Sandruu antes dele e armou outra armadilha, aprisionando Sandruu em um plano distante da existência assim que o minotauro conseguiu chegar a seu povo.

Feroz sentiu a angústia de Sandruu, mas quando chegou, apenas pôde testemunhar o destino do minotauro, e não conseguiu fazer nada. Confrontando Taysir, enfurecido com o banimento de seu amigo e protegido, Feroz o enfrentou em batalha. Mas Taysir covardemente manipulou os Minotauros e os forçou a lutar por ele. Feroz tentou terminar a batalha sem ferir seus amigos, mas isso apenas forçou Taysir a criar um grande terremoto, resultando na destruição das cavernas ancestrais, apagando séculos de contos e história.

Dos escombros, Feroz conseguiu pegar uma espada longa de um minotauro caído e, com um único golpe rápido, partiu o crânio de Taysir ao meio, gerando uma dor muito forte em si, já que esta foi a primeira vez que ele tirou uma vida e isso o perturbava demais.

Mesmo desconhecido pela tribo e muito ferido, Taysir não morreu por completo. Sua alma foi levada pelos deuses ancestrais dos Anaba (povo minotauro), onde o mantiveram por décadas, temporariamente despojando-o de suas habilidades de planinauta e mostrando-lhe seus erros cometidos em vida. Somente quando fosse redimido eles devolveriam a Taysir ao seu corpo. Sua casca de carne agora jazia caída na pilha do cemitério nas profundezas das cavernas.

Serra e Feroz

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Pouco tempo depois, Feroz e Serra se casam em uma cerimônia com o povo Anaba e recebem tatuagens de casamento, além de trocarem anéis para selar o matrimônio. Feroz funda a Wizards' School para ensinar ao povo os ensinamentos da magia, e Aysen Abbey é construída na cidade de Onella, em homenagem à Serra.

Os dois então começam a dedicar tempo a pesquisar ainda mais o plano com cada vez mais detalhes e descobrem que a maior parte do plano já havia sido devastada por uma grande calamidade séculos antes que drenou parte da vida deste, transformando-o em uma zona morta. Viajar nestas terras desérticas e perigosas era um convite para um fim quase certo. Eles sabiam que algo terrível havia acontecido, transformando a terra.

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Com o tempo, eles aprenderam que havia vida apenas em uma parte, onde eles estavam; um local à beira do oceano, com florestas extensas, montanhas altas e planícies que iam do mar até a beira do deserto da desolação. Para não dizer que não havia grandes construções, um grande castelo de pedra podia ser visto, construído por anões. Feroz tentou explorar o castelo, porém um sentimento ruim o assolou, impedindo-o. Ele sentia que ali havia algo antigo e maligno residindo e, embora fosse muito curioso, ele não desejava pagar para ver o que era.

Depois de alguns meses pesquisando, Serra e Feroz conseguiram algumas respostas para o mistério, exceto sobre o castelo assombrado, sobre a força poderosa oriunda de outro plano que nutria esta parte abundante do plano. Agora que já tinham explorado bastante, estabeleceram sua casa em uma pequena ilha distante da costa e então começaram a construir um paraíso lá. Com magia, Serra infundiu a pequena ilha com mana do continente distante, tornando-a uma bela ilha. Lá, não mais a própria terra minaria vida.

Usando também sua magia, Feroz trouxe grandes blocos de granito e mármore das montanhas de mundos distantes e os usou para construir uma grande vila voltada para o mar. Ao longo de dois anos, eles construíram sua casa. Serra viajou por vários planos e coletou uma variedade de criaturas que pudessem viver e repopular aquele belo local isolado. Quando voltou com as criaturas, a casa que ela e Feroz começaram estava erguida com grandes colunas verticais, espelhos d'água rasos e um jardim que ele cultivou, unindo sua magia a magia dela.

Na torre principal da ilha, com vista para o maior espelho d’água, Serra e Feroz se colocaram a trabalhar no único fluxo de mana disponível oriundo do portal imenso.

A lembrança do que Taysir fez ainda era um incômodo. Então, confiantes que isso não deveria mais acontecer, depois de muito esforço, durante uma noite em que o fluxo de mana estava mais forte, no solstício, Feroz lançou um feitiço poderoso conhecido como Feroz’s Ban, que isolou todo o plano dos outros.

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Este grande feitiço impedia que outros planinautas entrassem para roubar ou fazer qualquer maldade com as criaturas. Invisível de vidência ou mesmo detecção, o mundo todo ficou envolto do resto do multiverso como um navio em uma garrafa de vidro. Para aqueles que já conheciam o plano, foi algo muito estranho, pois foi como se o plano desaparecesse. Para seus habitantes e grande parte do plano que já tinham perdido quase toda sua força vital, quase não sentiram nada.

Dez gerações se passaram enquanto Feroz e Serra continuaram trabalhando duro para manter suas ilusões, se manter jovens e sustentar o feitiço do Ban. Era uma noite, durante uma tempestade de verão, quando subitamente Feroz sofre um acidente fatal em seu laboratório. Um elemental que estava estudando se libertou e cometeu graves danos nele. Feroz não parecia desejar a morte, mas também não lutou contra ela. Em seu leito de morte, pediu que ela deixasse o plano e não contasse a ninguém o que eles fizeram. Antes que ela pudesse chegar ao alcance com sua magia de cura, ele se vai. Talvez ele tivesse vivido demais? Ou será que descobrira algo que o fez desistir de tudo? Não importava, pois ele não estava mais ali.

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A perda deixou Serra muito zangada e logo foi vista na cidade de Onella, capital de Aysen, vagando pelas ruas, disfarçada. Enquanto observava, ela presenciou um acidente prestes a acontecer e tentou usar seus poderes para mudar o que iria acontecer, para que um homem não se machucasse gravemente. Mas como o destino tem peculiaridades, o homem morreu e, como um estalo, ela descobriu porque Feroz havia pedido a ela para deixar Ulgrotha e deixar os habitantes com seus próprios destinos. Durante anos, Feroz guiou Serra em suas ações. Sem ele como seu parceiro, muitas responsabilidades que ela assumia com leveza agora tinham um caráter muito mais sério.

Serra enterrou Feroz em uma cova sem identificação perto do local de onde ele veio ao plano e onde ele a pediu em casamento, no topo das montanhas Koskun. Ela também ergueu uma parede de pedra enorme e gravou a história do mundo nela. Se algum planinauta chegasse ao plano, esse seria o ponto por onde eles passariam, portanto, leriam a história da vida de Feroz na parede.

Mas a decisão de Serra não foi algo simplesmente voluntário de sua parte. Serra foi manipulada pelo Barão para deixar o plano, após fortalecer e instigar mais tristeza e culpa do que seria normal para ela sentir. Afinal, ele precisava de mais liberdade para aumentar sua influência no plano.

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Quando tudo terminou, ela abriu um portão de mão única por um momento e atravessou para o mundo exterior. Quando o portão se fechou atrás dela, ela caiu de joelhos e chorou.

Menos de um mês depois, um planinauta que cobiçava sua aliança de casamento, pois acreditava que era de natureza mágica, a desafiou para um duelo em busca do artefato. Presa em um mundo que agora odiava para nunca mais voltar ao seu paraíso ou aos braços de seu amado, ela aceitou o duelo e lutou contra o mago por dois dias. Finalmente, quando o mago adversário lançou uma série final de feitiços, ela desencantou seus próprios círculos de proteção e permitiu que ela e a aliança de casamento fossem atingidas por raios e fogo. Um dos espectadores, um jovem padre chamado Angus, não aguentou ver o mago explodir Serra enquanto ela estava deitada no chão, indefesa. Com um forte golpe de seu cajado, ele deixou o mago inconsciente e observou o homem se dissolver em uma nuvem de fumaça.

Angus então carregou Serra de volta para sua casa e tentou curá-la da melhor maneira possível, mas ela havia sido ferida gravemente por seu oponente. Nos dois dias anteriores à sua morte, em segredo, ela contou a história de sua vida, os anos juntos de Feroz e o sonho de Feroz ao padre.

Quando ela finalmente morreu devido aos ferimentos, ele a enterrou em uma cova sem identificação nas colinas com vista para Sursi, em Dominaria. Quando a Catedral que ele passou cinquenta anos construindo e supervisionando foi finalmente concluída e dedicada em seu septuagésimo aniversário, ele a dedicou a Serra: Cathedral of Serra.

Depois de tudo

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Feroz morreu há 20 anos, e Serra foi morta em um duelo de feiticeiros. O Ban que Feroz criou ainda estava intacto, mas foi construído sem o conhecimento do Portão da Cidade dos Anões nas profundezas do Castelo Sengir. Com o tempo, a mera presença do portal desfez o Ban e agora, sem seus criadores para sintonizar e fortalecê-lo, o Ban está começando a se desfazer. O mundo outra vez começa a abrir suas portas para forasteiros e os planinautas sentem seu pulso do mundo reunindo-se em Dominaria mais uma vez.

Os países de Ulgrotha começam a entrar em conflito interno. Barão Sengir usou isso para espalhar o medo e aumentar seu domínio sobre o plano. Com a morte de Feroz, a proibição começou a falhar e os planinautas foram mais uma vez capazes de alcançar Ulgrotha.

Entre os planinautas conhecidos que visitaram o plano depois disso estavam Leshrac e Nicol Bolas, que passaram pelo plano durante a luta pelo fechamento das fendas temporais. Os dois se enfrentaram em uma batalha épica em 4 planos e Ulgrotha foi um deles.

Durante sua breve estada no plano, Leshrac viu um exército de vampiros marchando durante a noite sob o comando relutante de Ihsan's Shade, o tenente do Barão Sengir, provavelmente insinuando que o lorde vampiro havia completado sua conquista de Ulgrotha. Leshrac sentiu a existência de uma floresta vibrante e de montanhas curtas e robustas, porém a mana dominante na terra era negra. Curiosamente, o plano foi descrito como sem rios ou oceanos. Se isso significa que o estado de Ulgrotha piorou com a queda de Feroz's Ban, ou se foi apenas um erro da parte do autor, não sabemos ainda.

Conclusão

Chegamos ao final de nossa história, mas é claro que este não é o final deste plano. Sabemos que, depois desta última passagem, voltamos nele brevemente com a invasão de Phyrexia, mas não tivemos informações nele, então não há muito mais o que falar, além de saber que a Vovó Sengir ainda vive (e ainda é até jovem). Além disso, os vampiros se mostraram uma força importante e ativa, tanto que defenderam o plano contra os phyrexianos. Será que um dia ainda veremos uma união entre os lordes vampiros de Innistrad e Ulgrotha?

P.s.: As imagens que você viu aqui (exceto a de Taysir) são da incrível ilustradora Rebecca Guay, quando ela ilustrou a comic novel que traz parte desta história, chamada "Homelands On the World of Magic: The Gathering". Eu apenas limpei os balões de fala.

Espero que vocês tenham curtido esta história! Até a próxima.