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Histórico: retrospectiva 2021 dos impactos dos decks e coleções no formato

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Este artigo conta a história desde pré-Kaldheim, passando pelas principais coleções e decks do formato Histórico de 2021

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Para finalizar 2021 com chave de ouro, vamos falar um pouco sobre o formato Histórico e o que aconteceu de mais importante, as coleções que impactaram o formato eterno digital do Arena. Caso seja um jogador de outro formato, também fiz uma retrospectiva do formato Standard em 2021link outside website.

Antes de mais nada, o foco do artigo é melhor de 3, já que não existem torneios relevantes melhor de 1, além do dia 1 do Arena Open. Outro detalhe é que, quando falo de banimentos no formato, considero que a carta esteja banida desde sua suspensão no Histórico, já que, no fundo, é a mesma coisa, nunca vimos uma carta suspensa que não foi banida algum tempo depois, só Burning-Tree Emissary. Também não falarei de Brawl Histórico porque não é esse o formato em questão, podemos falar disso em outro artigo, caso os leitores queiram.

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Histórico antes de Kaldheim

Relembrando rapidamente o que era o Histórico antes de Kaldheim, tínhamos o dominante Sultai Midramp com a trindade suprema de Uro, Titan of Nature’s Wrath, Nissa, Who Shakes the World e Hydroid Krasis como destaques do melhor deck.

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Com o passar do tempo, algumas techs como Doom Whisperer e Lochmere Serpent foram sendo adicionadas à algumas listas para ganhar mirrors. Outra carta que se destacava era Scavenging Ooze, ótimo para lidar com o cemitério do oponente e contra baralhos agressivos, como o Mono-Red Goblins, que estava em baixa. Mono-Red Goblins era preocupante, pois ainda era utilizado por ter a carta de loteria Muxus, Goblin Grandee que consegue simplesmente ignorar tudo que aconteceu na partida até então e causar 200 de dano do nada.

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O principal baralho para ganhar do Sultai era o Rakdos Sacrifice que contava com Mayhem Devil, Cauldron Familiar e Witch’s Oven para causar muito dano ao longo dos turnos e fechar o jogo. Com a base de sacrifício/aggro sólida, o arquétipo conseguia rushar o Sultai, se necessário, mas também jogava o jogo longo, especialmente com Claim the Firstborn roubando um Uro ou Krasis gigante para letal.

O Rakdos Arcanista era um baralho relevante na época, mas não era tão bom contra aggros e baralhos aleatórios do formato.

Kaldheim e Historic Anthology IV

A coleção Kaldheim não gerou muito impacto inicial no formato, apesar de que começamos a ver mais baralhos agressivos monocolores utilizando a base nevada para Faceless Haven.

Porém, pouco tempo depois tivemos o banimento de Uro e Omnath, Locus of Creation, mudando completamente o formato. A partir daí, o Jund Food e Jund Citadel tomaram conta do Historic, alguns controls como o Azorius e o Bant se destacaram e decks com Collected Company, outra carta que tem potencial de ignorar tudo que aconteceu no jogo até então e ganhar na volta. Nessa linha, o Selesnya Anjos foi criado com as adições mais recentes de Righteous Valkyrie e Youthful Valkyrie e o Gruul voltou ao destaque.

Já a primeira Antologia de 2021 trouxe algumas boas cartas, como Thraben Inspector e Declaration in Stone para o Mono-White e Coldsteel Heart que era utilizada no 5 colors Niv-Mizzet. Todavia, como todas as outras Antologias, o impacto foi baixo no formato.

Strixhaven

Falando rapidamente sobre Strixhaven, tivemos duas Staples, Expressive Iteration e Elite Spellbinder. Outra carta que hoje é amplamente utilizada, mas levou um tempo até percebermos sua força é Go Blank. Com propósito similar ao Standard, é ótima para exilar cemitérios e ainda descartar a mão da oponente.

Arquivo Místico e Historic Anthology V

Aqui sim vimos bastante impacto no Histórico com cartas poderosíssimas, inclusive banidas em outros formatos ou cartas até então exclusivas de Commander.

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Não poderia deixar de começar com o tier 0 do formato, o Dimir Tanted Pact que combava Tainted Pact e Thassa’s Oracle para ganhar com sua habilidade ao zerar as cartas do grimório.

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Após o rápido banimento do Oráculo em maio, tivemos outro tier 0, o Jeskai Turns.

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O baralho foi totalmente dominante até o banimento de Time Warp, uma carta problemática que entrou no formato com o alerta de ban, mas deixaram jogar por algum tempo. Com Mizzix’s Mastery, a carta de Commander, turno extra de 5 manas que não é exilado, Magma Opus e Velomachus Lorehold, o deck se tornou rapidamente o melhor com muita consistência graça a Brainstorm, outra carta banida, e Expressive Iteration, staple de praticamente todos os formatos do Magic.

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Mais um ban feito, o de Time Warp em junho, continuamos vendo a prevalência dos decks azuis com Brainstorm e Memory Lapse. Dessa vez o Jeskai era outro com Magma Opus, Mizzix’s e Torrential Gearhulk para voltar a instant de 8 manas do cemitério. Mas o principal “roubo” do deck era descartar Opus no turno 2 para gerar uma ficha de tesouro e voltar no turno 3 conjurando Opus com Mizzix e quase sempre impossibilitando o jogo do outro lado da mesa.

Outra carta muito importante da estratégia era Lightning Helix, a carta que matou os aggros do formato por alguns meses até que Historic Horizons fosse lançada.

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O Izzet Phoenix, arquétipo conhecido no Pioneer e Modern, surgiu no Histórico a partir do Arquivo Místico e desde então é bastante usado em torneios e na ranqueada, obtendo bons resultados. Faithless Looting faz muito bem o papel de encontrar as cópias de Arclight Phoenix no deck e deixá-las no cemitério para voltar no turno 3 atacando.

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Looting que foi (e ainda é) uma carta importante em muitas estratégias, como Dragonstorm, alguns Rakdos e, mais recentemente, Mono Red Descarte. A carta mudou a dinâmica do Historic por possibilitar a existência do Izzet Phoenix.

Antes que me perguntem “mas e Kozilek?”. Bem, Inquisition of Kozilek também impactou bastante o formato e joga em todos os decks pretos, seja Arcanista, Jund Food, Sacrifices, Mono Black Aggro, Dimir Control e Dimir Rogues. Só não dei muito espaço para esses decks até aqui porque praticamente metade do ano foi dominado por algum Jeskai ou outros decks azuis, caso do Tainted Pact.

A Anthology V teve impacto mais discreto, mas relevante. Kolaghan’s Command é muito utilizada no Rakdos Arcanista e Rakdos Midrange até hoje. Dromoka’s Command joga geralmente no sideboard do Selesnya Humanos ou Selesnya Midrange, que foi um dos principais decks até Jumpstart. A base desses decks selesnya permitia ganhar de controles taxando com Thalia e Elite Spellbinder (além da Company) e dos aggros com criaturas intransponíveis, caso da Lovestruck Beast e Yasharn, Implacable Earth.

Relic of Progenitus viu um pouco de jogo em alguns baralhos como hate de cemitério e Dragonstorm, apesar de não ser muito consistente e eficiente, é um deck perigoso quando não há tais hates de cemitério.

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Pelo terceiro mês seguido tivemos um banimento, dessa vez foi Brainstorm a carta escolhida em julho para sair do formato. Como dito anteriormente, a estratégia do Jeskai era extremamente consistente e forte contra praticamente todos os baralhos e Brainstorm era a principal peça de consistência junto de Iteration. Brainstorm deformou tanto o Histórico que houve até um Temur Creativity que usava Indomitable Creativity para buscar Koma, Cosmos Serpent e teve bons resultados em torneios. Basicamente era errado jogar sem azul no deck, caso você quisesse vencer, porque o kit Brainstorm + Lapse + Iteration era muito consistente e forte.

Jumpstart: Historic Horizons e Innistrad

Chegamos na parte principal do artigo, a coleção com mais cartas na história do Arena, trazendo consigo muitas cartas de Modern Horizons I e II, além de outras cartas somente digitais, como Davriel, Soul Broker. Como tem muito conteúdo possível sobre Jumpstart, vou focar nas principais cartas que criaram arquétipos e novos decks que foram bem em torneios e na ranqueada.

O metagame de Jumpstart não ficou muito tempo isolado de Innistrad: Midnight Huntlink outside website, então achei factível e conveniente escrever sobre os dois ao mesmo tempo, já que houve aproximadamente um mês entre o lançamento destas coleções. Innistrad: Crimson Vowlink outside website não trouxe alterações significativas para o formato, então acho válido juntar nesta mesma seção, pois poucas cartas vieram para deixar os decks existentes mais sólidos.

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O primeiro baralho é o Jeskai Creativity, mais um arquétipo com Criatividade buscando uma criatura insana, desta vez, Serra’s Emissary.

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Uma criatura que, ao entrar em campo, tem uma habilidade secreta de fazer baralhos agressivos concederem, dominou o formato por algumas semanas até descobrissem como jogar contra.

2 cartas com Delirium se encaixaram bem no formato, jogando em diversas estratégias, Dragon’s Rage Channeler e Unholy Heat. Channeler é conhecida como a substituta do Delver of Secrets, a Delver melhorada (e muito) e Heat causa nada menos que 6 de dano à qualquer criatura ou planeswalker por apenas 1 mana, demonstrando todo o potencial do power creep dos últimos anos.

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Para decks vermelhos que utilizam o cemitério, tivemos também Seasoned Pyromancer, criatura que gera vantagem de cartas quando conjurada e quando exilada pela habilidade ativada e Managorger Phoenix, carta exclusiva para o digital.

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Também surgiu o combo de ganho de vida com Heliod, Sun-Crowned e Scurry Oak. O arquétipo sempre ganhou de baralhos agressivos, mas só recentemente se popularizou mais e é um dos principais decks do Histórico. Com Prosperous Innkeeper servindo como outra fonte de ganho de vida e ramp com a ficha de tesouro, o deck ficou cada vez mais consistente até chegar na versão com Lunarch Veteran, muito voltada para combar no turno 4.

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Os decks agressivos brancos ganharam um importante motor de vantagem de cartas também conhecido como o destruidor de controles: Esper Sentinel.

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Adeline, Resplendent Cathar e Brutal Cathar fazem parte das cartas de Innistrad que deixaram o deck com o topo de curva melhor. Brutal Cathar é uma remoção similar a Skyclave Apparition, mas sinérgica com humanos. Adeline, além de forte por si só, gera muita vantagem com Thalia’s Lieutenant, que ganha marcador quando a ficha 1/1 de humano entra em campo atacando. Tudo isso otimizado por Collected Company, a carta de 4 manas que vira jogos instantaneamente.

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O Jund Food se fortaleceu com The Meathook Massacre causando mais dano no combo de gato + forno e Ravenous Squirrel, o drop 1 de Modern Horizons que sai do controle rapidamente. A essa altura já é sabido que a base verde e preta de comida é forte no Histórico e flexível quanto às listas. E justamente essa maleabilidade fez com que surgisse uma variação do Jund, o Golgari Food, um dos melhores decks da atualidade no formato.

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Não precisando de drops altos, o arquétipo usa Lurrus of the Dream-Den de companion e causa letais repentinos com o esquilo drop 1 e as diversas possibilidades de sacrifício de criaturas e artefatos para colocar marcadores nele.

Aproveitando essa vida de “combos” e sacrifícios, uma carta que fez diferença em decks de Bolas’s Citadel foi Yawgmoth, Thran Physician. Ele, assim como Woe Strider, limpa o topo para que a Cidadela acerte mais permanentes relevantes para ganhar o jogo. Com o Golgari Food em alta, esses baralhos ficam em segundo plano por não serem tão eficientes e consistentes, mas sempre aparecem na ranqueada.

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A essa altura talvez seja bom lembrarmos do banimento de Memory Lapse em outubro, deixando o Jeskai significativamente pior e mais vulnerável. Contudo, Archmage’s Charm veio para se tornar staple do arquétipo por sua versatilidade. Charm é o tipo de carta que quase nunca tiramos no sideboard porque é boa em quase qualquer situação podendo comprar cartas ou roubar um drop 1 ou ficha, como um esquilo 15/15 ou Shark Typhoon ou Commence the Endgame gigantes. Obviamente anular mágicas também é sempre relevante.

Gostaria de citar rapidamente alguns decks que estão no metagame até hoje, indo bem em torneios, mas nunca despontando.

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O primeiro deles é o tribal de Merfolk. Com Shoreline Scout, carta exclusiva do digital, Merrow Reejerey e Svyelun of Sea and Sky, um deck considerado meme se tornou muito perigoso, sendo bom contra controles e midranges.

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O 5 colors Niv-Mizzet nunca foi um tier 1 no formato, mas esteve bem posicionado algumas vezes. Tendo muitas ferramentas para segurar o jogo contra aggros e vira a chave rapidamente com Niv-Mizzet Reborn gerando uma vantagem tão grande que possui o texto secreto de “ganhe do aggro alvo ao ser resolvido”.

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Seria uma injustiça terminar o artigo sem ao menos citar o Orzhov Auras. O baralho chegou a ser tier quando Jeskai dominava porque é bom contra decks com poucas remoções incondicionais, tendo descartes e proteções contra remoções globais. O motivo de não ter citado o deck antes foi por receber nada ou quase nada em 2021 – sem dúvidas Inquisition of Kozilek foi a carta mais relevante. Infelizmente não tivemos criaturas significantes para o deck nem muitas interações fortes.

Alchemy

Para finalizar, falarei um pouco sobre as caras exclusivas para o digital e as rebalanceadas, todas elas sendo válidas no Histórico. Até agora não vi nenhum impacto minimamente relevante de Alchemy no outro formato digital com a exceção de que cartas pouco utilizadas agora estão abandonadas e não jogáveis. Talvez Key to the Archive seja a única adição ao formato. Sou favorável ao rebalanceamento de cartas, mas não do jeito feito, onde as mesmas cartas são rebalanceadas do mesmo jeito em formatos diferentes.

E assim chegamos ao fim da retrospectiva do Histórico e ao ano de 2021. Que 2022 traga muitas cartinhas novas divertidas para nós e que a Wizards veja como prioridade consertar bugs e erros graves do Magic Arena, além de termos o modo espectador (sei que não haverá, mas não custa sonhar). Quaisquer dúvidas, comentários ou feedback estou disponível nos comentários abaixo. Um próspero ano novo a todo mundo, abraços e até a próxima!