Carta Destaque: Gix, Yawgmoth Praetor nos formatos + Deck Commander

Com o retorno ao passado de Dominária, pudemos reencontrar personagens icônicos dos quase 30 anos de Magic: the Gathering. Dentre eles, um dos mais importantes e que até então não havia recebido uma carta dentro do jogo foi Gix.

Para aqueles que nunca ouviram falar sobre, Gix foi nada menos que um dos principais tenentes de Yawgmoth, um dos primeiros seres vivos a ser completado e um pretor Phyrexiano.

Era originalmente um humano do império Thran, sendo convertido pelo Pai das Máquinas em pessoa, transformado em um demônio de ossos, carne e metal que aterrorizaria planos inteiros e traria grandes consequências para o multiverso, como a conversão de Mishra durante a Guerra dos Irmãos que desencadeou eventos fundamentais da lore do Magic.

Em sua primeira representação como um card jogável, temos Gix, Yawgmoth Praetor! É uma criatura lendária do tipo pretor phyrexiano, custo e corpo 3/3, um custo condizente com o seu poder e resistência, mas nada incrível.

Sua primeira habilidade desencadeia quando uma criatura causa dano de combate a um oponente, fazendo com que seu controlador possa pagar 1 de vida para comprar uma carta. Basicamente você tem acesso a um Edric, Spymaster of Trest mono black.

Para o multiplayer há o drawback de abrir a possibilidade de seus oponentes comprarem cartas a suas custas, porém cabe observar o detalhe: ela não desencadeia se o dano for ao controlador de Gix, o que pode ajudar a tirar o foco de ataques oportunistas a você, enquanto você pode abusar de um bom deck construído ao redor dessa sinergia.

Cabe observar que em formatos um contra um, essa é uma habilidade que se sobressai, já que seu único oponente não poderá se aproveitar dela, o que faz com que Gix tenha um potencial enorme para gerar card advantage massivo nesses formatos.

A sua segunda habilidade possui um altíssimo custo de 4BBB e o descarte de X cartas, fazendo com que o oponente alvo exile X cartas do topo do grimório. Você poderá jogar terrenos e conjurar mágicas sem pagar o custo dentre as mágicas exiladas.

Em um jogo que permita chegar nessa fase de jogo com 7 manas disponíveis, basicamente o que você tem é uma super reposição. Troque suas cartas ruins nesse estágio por mágicas dos oponentes sem pagar custo, o que, na prática, facilmente pode finalizar um jogo que esteja muito equilibrado.

No Standard e Pioneer atuais podemos ver uma forte presença de decks pautados na cor preta.

No primeiro formato contamos com Grixis Midrange, Esper Midrange, Jund Midrange, Monoblack Midrange, Rakdos Midrange, Jund Windgrace entre outros. Já no Pioneer (e de certa maneira Explorer), temos como principais representantes o Rakdos Midrange, Rakdos Sacrifice e meio esquecidinho no canto, o Monoblack Aggro.

São decks que a princípio fazem um bom jogo de atrito, com criaturas resilientes, mas que pecam no card draw. Alguns deles contam com uma importante carta lançada em Dominaria United: Sheoldred, the Apocalypse.

Desde que essa pretor foi lançada, vem ganhado espaço em algumas estratégias. Além de um bom corpo por seu custo, tem uma habilidade que cria uma diferença relevante entre os seus pontos de vida e de seus oponentes e que pode virar completamente os rumos de uma corrida no jogo. E essa habilidade é desencadeada por algo que nos interessa nesse artigo: card draw.

Ao jogar Gix, Yawgmoth Praetor, você passa a ter uma cadência de jogadas muito forte, já que Gix cai na curva 3. Se for precedido de algumas criaturas que permitam agredir no early game, já poderá cavar algumas cartas de vantagem sobre seu oponente.

Se na sequência você entrar com Sheoldred, the Apocalypse, você irá punir os draws dos oponentes ao mesmo tempo em que transforma o dano dos draws fornecidos por Gix em ganho de vida, o que torna as decisões dele muito mais difíceis ao decidir com o que interagir, por exemplo.

Porém, Gix compete por espaço com outras cartas muito fortes da curva 3, como Liliana of the Veil, Graveyard Trespasser, Fable of the Mirror-Breaker e Bonecrusher Giant.

No Standard acredito ser mais fácil ele ser testado e até mesmo encaixado em definitivo, especialmente nas listas de Jund Midrange, Rakdos Midrange e Monoblack Midrange.

No Pioneer provavelmente poderá ser testado no Rakdos Midrange, mas será mais difícil conseguir se fixar devido à concorrência. Entretanto, talvez seja a peça que permita ao Monoblack Aggro começar a aparecer como uma opção mais sólida. E quem sabe talvez Gix não permita surgir novas estratégias, não é mesmo?

Para Commander e Conquest, é possível que vejamos a presença de Gix dentro de decklists que se baseiem em quantidades relevantes de criaturas e que precisem gerar card advantage de maneira consistente.

Dentro das listas, ele terá que competir por espaço com Toski, Bearer of Secrets, Ohran Frostfang, Edric, Spymaster of Trest, Tymna the Weaver e Grazilaxx, Illithid Scholar, o que faz com que provavelmente ele não encontre sua casa em decks que tenham a cor verde ou/e azul, a não ser que sejam decks desesperados por draw.

Acredito ser mais provável encontrar Gix em decks comandados por Tymna the Weaver, talvez em suas versões Mardu, Abzan e Esper. No Conquest, na ausência de Tymna presente na zona de comando (por ser banida como comandante) é viável seu uso em decks como Rankle, Master of Pranks, Sheoldred, the Apocalypse, Anafenza, the Foremost e Kodama of the East Tree e Ravos, Soultender.

Decklist Commander de Gix, Yawgmoth Praetor

Montei essa lista para fazer esse teste no Commander. É importante observar que a construção se deu sob a óptica do cEDH, o Commander competitivo. Então não há restrições no orçamento e o foco está em procurar a vitória da forma mais efetiva possível.

A proposta da decklist é um Gix Farm. Para os menos adeptos do termo, decks Farm, também chamados de Turbo Naus, são decks baseados em resolver um Ad Nauseam ou Peer into the Abyss o mais rápido possível, ter acesso a quantidades insanas de carta e a partir dai cavar uma linha de vitória.

Para efetivar esse plano de jogo, é fundamental que possamos acelerar nossas jogadas com uma densidade alta de mana rocks (artefatos geradores de mana), rituais e tutores. Essas cartas, além de acelerar o enabler para a vitória, são fundamentais para conseguir efetivamente vencer após resolvê-lo, já que normalmente será necessário gerar mana suficiente a partir do 0.

Para efetivar a vitória temos algumas linhas de combo. A mais relevante delas é usar Buried Alive, jogando Necrotic Ooze, Asmodeus the Archfiend e Skirge Familiar, na sequência reanimando Necrotic Ooze.

Nesse estado, o Ooze terá todas as habilidades ativadas de criaturas no cemitério, portanto você poderá pagar , comprar 7 cartas com a habilidade do Asmodeus, descartar 3 cartas para gerar com a habilidade do Skirge e dessa forma poderá comprar cartas em múltiplos de 7, praticamente te comprando o grimório inteiro.

Nesse estado, poderá conjurar mágicas suficientes para vencer com Aetherflux Reservoir, utilizando um finisher de um de nossos oponentes com Praetor's Grasp (oi, Thassa's Oracle!) ou usando nosso comandante, Gix, Yawgmoth Praetor, ativando sua segunda habilidade para descartar sua nova mão enorme, exilando muitas cartas do grimório de um oponente para poder conjurá-las e poder vencer usando o deck dele.

Caso precise repetir a dose, lembre-se de manter um tutor na mão e utilizar Elixir of Immortality para embaralhar as cartas que descartou, usar o tutor para pegar novamente Buried Alive e recolocar as peças-chave no cemitério.

Outra linha de combo que temos acesso é a de Bolas's Citadel, Sensei's Divining Top e Aetherflux Reservoir.

Com a Citadel e Top, podemos usar a habilidade do Top, comprar uma carta e reconjurá-lo do topo com a Citadel, efetivamente perdendo 1 de vida para cada compra (ou ir conjurando cards do topo ao custo de vida). Nessa situação, o que limitaria o número de draws seria a nossa vida, mas para isso recorremos à nossa querida "caixa d’água", a Aetherflux Reservoir. Que fará com que ganhemos vida em progressão aritmética a cada conjuração, acumulando vida suficiente no processo para podermos explodir a mesa.

Outro ponto fundamental da estrutura desse deck e o que torna diferente de outros Farms sem Tymna é que temos na nossa zona de comando uma máquina de draws. Para isso, temos uma densidade alta de criaturas com evasão para podermos conectar ataques e comprar cartas. Isso por si resolve um problema dos Farm menos consistentes, pois mesmo que sejamos respondidos, podemos continuar jogando, já que conseguiremos manter o gás devido a essa habilidade de Gix.

O restante da estrutura do deck são formas de interagir com os oponentes e se proteger (Duress, Feed the Swarm, Toxic Deluge, Imp's Mischief, Opposition Agent , etc) ou gerar mais valor (Dark Confidant, Braids, Arisen Nightmare, Evolved Sleeper, Dauthi Voidwalker, Mindblade Render e Vilis, Broker of Blood).

Nesse quesito lembre-se que reanimar Vilis, Broker of Blood no turno 1, descartando e utilizando Reanimate, são 8 cartinhas para comprar. Vai aquecer o coração dos seus oponentes de amor por você!

Gix, Yawgmoth Praetor está longe de ser uma carta quebrada ou que vai profundamente algum dos formatos, porém é uma carta forte, com habilidades no mínimo interessantes e que não deve ser subestimado. É possível que vá ser testado em formatos como Standard e Pioneer, com maiores chances no Standard, e que possa encontrar sua casa no Commander e Conquest, inclusive na zona de comando como uma opção razoavelmente forte.

Por hoje é isso, espero que tenham aproveitado o artigo! Não deixem de comentar, se concordam ou discordam do meu ponto de vista, se possuem algo a acrescentar ou se surgiu alguma dúvida de alguma interação.

Abraços e até a próxima!