Magic: the Gathering

Deck Guide

O metagame do Standard de Kaldheim

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O artigo de hoje aborda os resultados do último League Weekend e quais os próximos passos de Standard até Strixhaven.

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Olá! No último fim de semana (27-28 de fevereiro) tivemos o League Weekend no formato Standard, no qual os jogadores da Magic Pro League (MPL) e Rivals League jogaram entre si em suas respectivas ligas por premiação e posicionamento nas ligas! Vamos falar um pouco sobre o metagame do Standard e o que nos aguarda para as próximas semanas até o lançamento de Strixhaven, com foco nos dois decks que considero mais bem posicionados no momento, Temur Aventuras e Naya Aventuras.

As decklists e standings do torneio podem ser encontradas no site oficial de eSports da Wizardslink outside website. Neste artigo vou falar mais a fundo do metagame do Standard e quais decks mais me chamaram a atenção e acredito serem os melhores do formato no momento. Os dados de winrate do torneio foram disponibilizados pelo MTG Datalink outside website que faz o trabalho de reunir dados dos principais torneios da semana numa matriz com os principais arquétipos utilizados.

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Primeiro vamos ler os dados da matriz, fazer inferências para nos situarmos. O Naya Fury teve uma boa winrate contra decks agressivos e péssima contra decks midrange, que possuem boas respostas para o combo de Unleash Fury e Kazuul’s Fury // Kazuul’s Cliffs com criaturas fortes, como Goldspan Dragon e Lovestruck Beast // Heart’s Desire. Como esperado, a winrate do deck caiu bastante após verem como funciona o deck e como jogar contra. Os decks aggro – MonoWhite, MonoRed e Gruul – tiveram winrates surpreendentemente baixas, pois os arquétipos se mostravam dominantes até então. Analisando pelas listas, os decks agressivos foram fortemente focados pelos midranges, que tiveram bons resultados principalmente contra os aggros.

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O Cycling obteve uma boa winrate por sua versatilidade de ganhar batendo várias fichas 1/1 e tendo um finisher insano que é o Zenith Flare. Todavia, o baralho tem problemas contra estratégias agressivas que utilizam Embercleave, portanto, ignorando bloqueadores graças ao atropelar com criaturas poderosas como Questing Beast, Kazandu Mammoth // Kazandu Valley e Lovestruck Beast e contra Reidane, God of the Worthy // Valkmira, Protector’s Shield que aumenta o custo do Zenith e ignora dano das fichas 1/1.

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O Temur e o Naya conseguiram winrates altas contra os decks agressivos pelo fator de terem como segurar o ímpeto do early game e gerarem valor suficiente para ganhar o jogo na base do 2 pra 1, 3 pra 1 com cartas como Showdown of the Skalds, Alrund’s Epiphany e The Great Henge. O Sultai, como esperado, sofreu diversas derrotas para decks agressivos por ter um jogo mais lento, tentando interagir com remoções globais e spot removals até chegar nas manas do Emergent Ultimatum. Seu maior triunfo foi contra o Naya Fury, que não consegue realizar o combo graças aos counters e remoções do Sultai e contra outras estratégias off meta que são fortemente punidas pelo Ultimato.

Dado esse panorama geral, vamos ao que interessa, como o meta passou de aggros dominantes para midranges dominantes que esmagam oponentes ao gerarem muito valor sem contrarresposta. Desde a semana anterior ao League Weekend, o Temur Aventuras ressurgiu com uma nova tech, Alrund’s Epiphany. As já conhecidas cartas com aventuras de Eldraine, extremamente fortes, tiveram a adição do turno extra e do dragão de Kaldheim para finalizar o jogo de forma inesperada. A base de aventuras de dois dos três decks expostos a seguir foi amplamente discutida em meu outro artigo sobre o Gruullink outside website.

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Esse é o novo deck to beat do formato, pois consegue ter um plano de jogo agressivo com Lovestruck Beast, Bonecrusher Giant e Goldspan Dragon, além de interagir com jogadas críticas dos oponentes com counters e Brazen Borrower // Petty Theft. A carta chave que faz do deck tão bom é o turno extra que não só te dá mais um turno para segurar o jogo e comprar uma resposta, como pode fechar o jogo batendo com criaturas voadoras. Muitas vezes os oponentes acabam aceitando levar ataques desnecessários pensando que terão alguma ação na volta, mas mal sabiam eles que não haveria uma volta (lembranças de quem já tomou 2 turnos extras seguidos)...

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Mas por que a carta é tão boa nesse deck? Parte importante disso são as duas fichas de pássaro 1/1 criadas que conseguem bloquear no turno seguinte para segurar o jogo, caso necessário, ou agressivar causando 2 a mais de dano por turno por cima, dificultando o bloqueio e fazendo da carta tanto ofensiva como defensiva, a depender do andamento da partida. A vantagem de mesa e recurso da carta é forte com o plano que o deck pretende seguir. Ela ter foretell para fugir de descartes e poder ser conjurada por 1 mana a menos também é relevante.

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Com as já ditas aventuras e interações, o deck o turno extra se torna um finisher perfeito para o late game com a geração de recursos única da carta. Como vemos no sideboard, o pós-side é ainda melhor para o plano de segurar o jogo com 4 Elder Gargaroth e 2 Soul Sear. Essa ideia de ter um Gruul com interações azuis e a Epifania parece ser o futuro do formato pelas próximas semanas até Strixhaven, pois é muito difícil interagir com tanto valor e tantas cartas poderosas. Uma forma é dar letal com Zenith Flare de uma vez ou jogar com cartas que conseguem gerar ainda mais valor com custo menor, digamos Showdown of the Skalds. Contra decks control, o deck tem um potencial de beatdown alto com as criaturas e proteção de remoções globais com os counters.

Falando da saga Boros, vejamos agora de outro deck que considero tier 1 no momento, o Naya Adventures. Novamente, o kit de aventuras vermelho e verde é extremamente forte. A diferença deste para o Temur é o splash para o branco dessa vez, permitindo o uso de Giant Killer // Chop Down, carta insana contra aggros, Showdown of the Skalds, carta insana contra decks mid e cartas brancas flexíveis no sideboard.

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A capacidade de gerar valor e trocas 2 pra 1 desse deck é inigualável com o que temos no resto do formato. Showdown, Henge e Edgewall Innkeeper são cartas muito recursivas que exigem resposta imediata para que não saiam do controle. Isso mesmo, o deck possui três fontes de card advantage que fazem muito bem a transição do mid para o late game, sendo que uma delas, Henge, geralmente ganha o jogo em até dois turnos após desvirar devido à vantagem de cartas e mesa geradas pelo artefato de Eldraine.

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Enquanto o Temur tem cartas de power level mais elevadas, como o dragão e a Epifania, o Naya tem mais sinergia com mais cartas de aventura no deck e o plano de jogo voltado para encher a mesa de criaturas e “afogar” o oponente em valor sem que haja resposta à altura. O deck peca justamente em não conseguir travar tão bem o combo do Naya Fury pelo baixo número de remoções sem contornar a proteção do deck Sejiri Shelter // Sejiri Glacier. Mesmo com a winrate baixa contra Cycling também, Scavenging Ooze e Klothys, God of Destiny me parecem suficientes para segurar a partida. O problema na match está em conseguir passar dano, pois as fichas 1/1 geradas com Improbable Alliance e Valiant Rescuer formam uma parede de chump blockers muito difícil de penetrar por parte do Naya sem Embercleave ou outras formas de passar dano com atropelar.

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E o que vem pela frente neste novo metagame até novas cartas saírem em Strixhaven?

É muito complicado para decks aggros darem a volta por cima após muitos midranges se estabelecerem porque o objetivo dos mids é justamente segurar o early game com interações e/ou criaturas como Lovestruck Beast e fazer jogadas de impacto nos turnos 5-6 que não permitem qualquer reação dos aggros. As listas de Naya e Temur estão chegando evoluindo e começando a convergir para um núcleo com as aventuras vermelhas e verdes e as mesmas cartas brancas ou azuis de splash. As diferenças estão nas matches que são priorizadas pelo sideboard.

Por enquanto, o respeito ao aggro ainda deve prevalecer, mas, com o passar do tempo e a queda dos decks agressivos, poderemos ver cada vez mais esses decks focando nas mirrors de midrange tentando gerar mais valor que os oponentes e quebrando com os mecanismos de recursão do outro lado da mesa. A opção de jogar com decks control ainda parece fora da mesa por precisar lutar turno após turno contra tanto card advantage e mesa é muito complicado.

Por hoje é isso, espero que tenham gostado! Sempre estou disponível para tirar dúvidas, feedback e comentários por aqui ou pelo meu canal da twitchlink outside website todos os dias à partir das 22h. Abraços e até a próxima!