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Deck Tech Legacy: Azorius Auras

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Em um formato dominado por decks de Initiative, o Azorius Auras pode se tornar a resposta ideal contra a nova ameaça do Metagame no Legacy!

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revised by Joey Sticks

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Apesar de dividir opiniões nos fatores diversão e aproveitamento de jogos, uma máxima da qual parte significativa da comunidade de Legacy concorda é a de que o formato está estranho desde a chegada da mecânica de Initiative.

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Tal como aconteceu no Pauper, a inclusão de cards com essa keyword e um power level mais alto ao Magic Online popularizou as estratégias que podemos nomear hoje como Turbo Initiative, em especial nas novas variantes de Naya que recorrem a Once Upon a Time para aumentar a consistência com a qual o deck encontra uma das suas peças-chave. O que o oponente vai fazer e como ele pretende jogar não importa quando o valor acumulado pela Undercity sempre será maior.

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Mas o Legacy, diferente do Pauper, possui os elementos para tentar combater o Turbo Initiative, especialmente na shell de Blue-Based onde o Izzet Delver ainda prevalece como o melhor deck do formato. E num Metagame gradualmente direcionado entre combater Delver ou Initiative, considerar métodos inteligentes de combater um Metagame polarizado surgem - como foi o caso com o Azorius Auras, que levou o jogador Sprouts ao Top 8 do Legacy Super Qualifier.

A Decklist

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A lista acima é reminiscente de uma shell antiga e quase esquecida dos Tempo decks, onde cards como Quirion Dryad ou Lord of Atlantis juntavam-se à Curiosity, free spells e disrupção para estabelecer um clock gradual e difícil de interagir. Essa proposta foi posteriormente deixada de lado em prol da base de Threshold que depois formaram as listas de Delver contemporâneas.

Apesar de muitos estarem considerando o deck como uma ótima "resposta anti-meta" para lidar com Initiative, uma busca mais aprofundada no perfil do jogador me mostrou que ele tem apostado ocasionalmente nessa estratégia desde fevereiro de 2021 e, talvez, ele só tenha encontrado a oportunidade perfeita para pilotar esse deck em um Metagame despreparado para ele em um grande evento.

Como o novo competidor do Legacy, é uma estratégia que se importa exclusivamente em executar seu próprio plano de jogo ao invés de interagir, e se estabelecermos um contraponto do qual o oponente tenha dificuldades em lidar, podemos extrair uma grande vantagem ao roubar a Initiative deles a cada turno.

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Já vimos decks como o Izzet Delver recorrendo a Unchained Berserker para jogar contra esse arquétipo, e Invisible Stalker é o verdadeiro pesadelo de qualquer estratégia que queira manter um determinado estado de jogo que depende do combate porque é simplesmente impossível bloqueá-lo ou matá-lo sem efeitos de édito ou sweepers - dois elementos dos quais as listas de Initiative não recorrem naturalmente em seus Sideboards.

A criatura já teve seu lugar no sol ao lado de Delver of Secrets e Snapcaster Mage no Standard de 2012 pela sua capacidade de carregar uma espada ou Runechanter's Pike sem preocupações, mas perdeu espaço quando Restoration Angel foi lançada em Avacyn Restored. Desde então, Invisible Stalker nunca mais encontrou um lar em formatos competitivos, mas agora parece um bom momento para ele brilhar no Legacy explorando masmorras.

Maindeck

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True-Name Nemesis junta-se à Invisible Stalker como outra ameaça difícil de interagir, e diferente da criatura de Innistrad, ele ao menos estabelece um clock rápido que pressiona o oponente dentro de poucos turnos.

Esper Sentinel, apesar de não se proteger naturalmente, é uma ótima jogada de turno um em um formato onde jogadores estão sempre conjurando free spells, cantrips de custo baixo e remoções baratas no early-game. Sua principal função é a de garantir um ou dois draws extras enquanto permanecer em jogo, o suficiente para encontrar as demais ameaças e as mágicas para encantá-los.

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Ninguém acreditaria se uma pessoa dissesse que uma lista usando um playset de Curious Obsession e Staggering Insight fez Top 8 em um torneio de Legacy com 290 jogadores se o resultado não fosse publicado, mas cá estamos.

As Auras lançadas recentemente são muito conhecidas no Pioneer e no Historic, e a proposta delas é de punir o oponente todo turno por não conseguir interagir com suas criaturas acumulando recursos. Staggering Insight é também uma opção sólida para diminuir a race dos decks mais agressivos, já que garante Lifelink para a criatura encantada.

Uma dúvida comum quando comentaram dessa lista era porque recorrer a oito Auras, que são cartas potencialmente mortas sem um alvo, ao invés do pacote de Stoneforge Mystic com equipamentos. É provável que a base de equipamentos tenha sido testada, mas a minha conclusão particular é de que esse deck é intensivo de mana e você quer fazer o máximo pelo menor custo que puder, além de que as Auras, por serem azuis, são um excelente pitch para Force of Will e Force of Negation.

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Para encontrar as peças necessárias na hora certa, a lista conta com o pacote clássico de Brainstorm e Ponder ao lado das Fetch Lands, garantindo um alcance maior na possibilidade de cada draw com cada cantrip.

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Falando em pacotes clássicos, tanto o de counterspells quanto o de remoções seguem o padrão habitual de uma shell de Blue-Based. Inclusive, Prismatic Ending é usado com excelência nessa lista para lidar com as coisas que realmente importam no formato hoje que, em maioria, custam 1 ou 2 enquanto Swords to Plowshares é a opção perfeita para resolver Murktide Regent e outras criaturas problemáticas.

Com três cópias de Prismatic Ending e uma de Force of Negation com outra no Sideboard, seria possível presumir que o removal foi deixado de lado em prol de ganhar acesso à mais uma free spell de early-game no maindeck?

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Apesar da sua proposta de Tempo, o Azorius Auras é relativamente ganancioso com seus custos e precisa jogar em volta de Wasteland ou Daze para conjurar suas principais ameaças. Portanto, a maioria da sua base de mana é voltada para garantir uma quantia decente de lands enquanto interage com as cantrips, deixando de lado um playset de Wasteland em prol de mais acesso à mana colorida.

Um destaque da lista é a cópia solitária de Volcanic Island para ganhar acesso ao vermelho - uma proposta que vem sendo reproduzida em outros arquétipos para ganhar acesso à cards importantes no Sideboard, como Pyroblast, End the Festivities e Meltdown.

Sideboard

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Começando o Sideboard pelo splash para vermelho, Pyroblast se tornou tão essencial no Legay para combater Delver e outros Blue-Based que ele ganhou até espaço no maindeck de algumas listas antes da ascensão dos arquétipos de Initiative. Aqui, ele possui função primordial como uma resposta eficiente contra uma grande parcela do formato, matando Murktide Regent, Uro, Titan of Nature's Wrath, Teferi, Time Raveler e outros, anulando uma Force of Will numa carta-chave, etc.

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End the Festivities é uma resposta decente contra várias ameaças pequenas presentes em variados decks: Delver, Elves, os tokens de Sai, Master Thopterist, Third Path Iconoclast, dentre outros cards que aparecem em momentos inoportunos.

Por fim, Meltdown se tornou praticamente uma staple de Sideboards após a ascensão do 8-Cast no começo de 2022. Hoje, seu uso é mais amplificado graças à popularidade de Chalice of the Void, Mox Diamond e/ou Chrome Mox, além do aumento de listas com o combo de Painter's Servant e Grindstone, e de lidar com os tokens de Urza's Saga.

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Hydroblast sempre foi ofuscado pelo seu irmão vermelho, mas vem ganhando espaço nos Sideboards por conta do acréscimo dos decks de Mono Red Painter, além de ser também uma resposta limpa contra Minsc & Boo, Timeless Heroes, Expressive Iteration e, principalmente, ser o melhor counter de uma mana contra Pyroblast.

Surgical Extraction é a resposta padrão do formato para responder combos pontuais e também para forçar o Reanimator a jogar em torno da mera possibilidade de você ter uma cópia dele em sua mão. Assim, um arquétipo que já costuma ter dificuldades com disrupção barata se não combar no primeiro turno terá ainda outra possibilidade a considerar.

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O resto do Sideboard é composto de vários one-ofs pouco comuns, como Rest in Peace para dar um lock permanente em estratégias de cemitério; ou Torpor Orb como mais um elemento para combater decks de Initiative; Stony Silence que consegue praticamente paralisar os planos de algumas estratégias voltadas para artefatos; e Force of Negation como uma proteção e free spell adicional.

Por fim, temos Armageddon, que é bem interessante porque, apesar do seu custo alto, as partidas em que ele realmente poderia importar são aquelas onde o jogador não precisa se preocupar com counterspells e os jogos de fato tendem a se estender demais, e há de fato alguns arquétipos no Legacy que possuem sérias dificuldades de voltar para o jogo caso tenham todos os seus terrenos destruídos.

Análise do Deck

O Azorius Auras é uma lista muito singular se comparado ao que vemos no Legacy desde a década passada. Diferente do Modern, decks como Bogles nunca sucederam no formato por conta de como essa estratégia tende a ser frágil contra disrupções baratas, mas o momento em que o formato se encontra parece favorecer o arquétipo por conta dos benefícios que a Undercity oferece por conta própria: uma volta pela masmorra seguindo por Forge e Trap! já tornam Invisible Stalker um clock respeitável em apenas dois turnos.

Isso permite ao deck dedicar slots com interações e remoções essenciais do formato sem perder tanta velocidade, já que, em uma partida normal, dificilmente Stalker atacará com mais do que dois de poder enquanto o oponente não falhar em interagir contra suas mágicas, o que é uma pressão risível diante de um Murktide Regent ou contra um deck que está buscando a qualquer custo colocar um token de Marit Lage em jogo.

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Não quer dizer que o Auras seja ruim fora da partida contra Initiative, pelo contrário, pela dificuldade de interagir com as ameaças uma vez que elas estão em jogo e a alta quantia de métodos para atrasar e/ou lidar com os planos do oponente, o deck consegue se portar muito bem por conta própria contra diversas partidas, mas a sua dependência nos encantamentos para estabelecer pressão e a baixa densidade de criaturas são fatores preocupantes por dar espaço demais para que o oponente volte para a partida e/ou tempo demais para que eles fechem um combo.

Por fim, outro ponto que me trouxe problemas com a lista é a facilidade com a qual outros arquétipos conseguem jogar por cima do deck e/ou soterrar ele com valor: seu plano de jogo é basicamente tentar construir seu próprio Uro, Titan of Nature's Wrath, então qualquer arquétipo que use o próprio Uro além de Jace, the Mind Sculptor e outros, ou listas que conjurem bombas gigantes como o 12-Post podem simplesmente ignorar o que estamos fazendo porque, no late-game, eles terão a vantagem se não formos rápidos o suficiente.

Minha conclusão é a de que o Azorius Auras é um bom meta call por conta da ascensão da Initiative e porque ele consegue se portar relativamente bem contra o Delver caso você consiga segurar a pressão deles e encantar sua criatura ao menos uma vez, e seu pacote de interação o torna razoável contra uma variedade de outras partidas menos importantes. Porém, ele conta com algumas vulnerabilidades inerentes pela necessidade de dedicar slots para cartas mortas, além de abrir espaço demais para conseguirem jogar por cima dele e não estabelecer pressão o suficiente para forçar determinados arquétipos a se precipitarem.

Sua aparição no Top 8 do Legacy Super Qualifier abre a possibilidade para um refinamento coletivo da decklist, possibilitando que ele se popularize nas próximas semanas devido ao atual estado do Metagame.

Conclusão

Isso é tudo por hoje.

Normalmente, esses artigos acompanham um Guia de Sideboard. No entanto, a verdade é que não tive tempo o suficiente pilotando o deck esta semana para elaborar um guia que fosse conciso com as minhas crenças e experiência em relação às partidas, e prefiro me abster de apresentar um guia ao invés de apenas seguir uma receita básica de como eu me portaria em cenários hipotéticos.

Então, deixo nas mãos de vocês: como vocês fariam o sideboarding com o Azorius Auras? Quais cards vocês consideram essenciais para seu funcionamento e quais mudanças vocês acreditam que o beneficiariam?

Obrigado pela leitura!