Pauper: Azorius Affinity - Deck Tech e Guia de Sideboard

Se você acompanha a Cards Realm ou meus artigos faz muito tempo, certamente percebeu que faz meses ou até mais de um ano desde a última vez que abordei Pauper no site.

Neste período, o Pauper parece ter mudado bastante: mecânicas como a Iniciativa se tornaram pilares de alguns arquétipos, o Affinity ganhou um novo combo-kill, Mono Red Aggro se mantém na posição de melhor deck mesmo após o banimento de Monastery Swiftspear e o Metagame nunca esteve tão voltado para sinergias como está neste momento.

Com tantas mudanças, meu retorno ao Pauper foi marcado pela escolha de um dos decks mais confiáveis do formato e do qual eu tenho certa experiência em entender as micro-interações entre seus cards com um plano de jogo objetivo, o Azorius Affinity.

Neste artigo, abordo sua versão pós-Murders at Karlov Manor e apresento meu guia de Sideboard para as principais partidas do atual Metagame do Pauper!

Azorius Affinity é mais uma nas diversas variantes do arquétipo que surgiram no formato após o lançamento das Bridges em Modern Horizons II. O deck passou a se destacar no Metagame após o downshift de All That Glitters, que lhe deu um dos combo-kills mais eficientes do formato hoje.

Hoje, o Azorius Affinity é uma das versões mais populares do arquétipo e consegue estabelecer resultados promissores no formato. Além disso, ele possui uma base de mana mais consistente que as versões de três cores e aberturas mais explosivas, enquanto abdica de interação de mesa e alcance fora do combate em troca de velocidade.

Sendo altamente sinérgico, ele é uma excelente opção para aqueles que desejam partidas rápidas nas Ligas, mas sem abdicar das árvores de decisões mais importantes, além de oferecer uma excelente flexibilidade com alguns dos melhores cards de Sideboard do atual Metagame.

Essa é a lista que venho utilizado desde o lançamento de Murders at Karlov Manor.

Ela segue quase todos os padrões das listas mais recentes, com uma curva de mana baixa, efeitos que oferecem ampla vantagem de cartas e counterspells para proteger suas ameaças. Parte do seu plano é projetado para parecer absurdo, sendo extremamente dependente de All That Glitters para finalizar alguns jogos, enquanto a posição de mesa de Myr Enforcer ajuda a segurar alguns decks mais agressivos.

A principal diferença está na inserção de Novice Inspector no espaço que pertencia a Frogmite, e vale considerar se essa troca é realmente benéfica: Frogmite oferece maior velocidade para a lista, com turnos onde jogamos dois ou mais dele em uma só vez, encantamos outra criatura com All That Glitters e partimos para o clock agressivo.

Novice Inspector, por outro lado, é um pouco mais voltado para o grind e para extrair valor de Moon-Circuit Hacker, além de oferecer um corpo mais defensivo para bloquear criaturas pequenas enquanto deixa um artefato em jogo para agregar na afinidade e/ou em outras interações.

Particularmente, gosto da ideia de ter oito one-drops que geram algum valor e bloqueiam bem. Nosso deck é rápido, mas não tão rápido quanto um Mono Red, além de existirem partidas onde precisamos extrair o máximo de valor dos nossos cards antes de estabelecermos a pressão para passar por cima do oponente - em ambos os casos, o novo Inspetor colabora com a consistência.

Maindeck

O pacote de Inspetores dobra em funções ao oferecer meios de extrair mais valor e comprar mais cards, aumentar a quantidade de artefatos em jogo e serem os bounces perfeitos para Moon-Circuit Hacker e oferecem jogadas excelentes de card advantage enquanto colaboram com All That Glitters.

Nosso pacote de combo/free-win.

Não são raros os momentos em que encantamos Ornithopter ou Gingerbrute com dois All That Glitters e partimos para uma vitória imediata. Boa parte da nossa lista é essencialmente projetado para esta interação.

Ambos são cards que se destacam pouco fora dessas jogadas, mas ela é tão absurda e vence tanto jogos que vale a pena manter seus slots e construir o deck em torno dela. Além disso, Gingerbrute oferece um ótimo respiro contra outros arquétipos agressivos.

Nossos artefatos são essenciais para conjurar Myr Enforcer cedo e transformar Metallic Rebuke em um Mana Leak por apenas uma mana azul, sendo essencial para proteger nossa criatura encantada contra remoções e/ou para jogar em volta de counterspells.

Springleaf Drum é uma peça bem importante para habilitar a afinidade de nossos cards enquanto possibilita usar criaturas recém-conjuradas como um recurso extra para gerar mana. Como temos diversos one-drops, não são raros os momentos em que elas entram em jogo “de graça” porque podemos aproveitá-los para conjurar outro card no mesmo turno.

Nosso pacote de card advantage inclui o mais próximo que temos de Ancestral Recall por uma mana no Pauper: Thoughtcast e Of One Mind, do qual se tornou muito mais consistente agora que temos Novice Inspector como mais um humano no deck.

Nosso pacote de terrenos também segue o padrão do que esperamos no formato. Uma vantagem importante que essa versão oferece em comparação com outras é a maior consistência e velocidade no acesso às cores de mana nos turnos certos.

Além disso, a versão Azorius permite a utilização de dois terrenos básicos. Apesar de parecer uma diferença mínima e até prejudicial para a proposta do deck, não arriscar um “lock” de Dust to Dust e/ou não perder a vantagem em mana contra Cleansing Wildfire faz diferença em algumas partidas.

Sideboard

O Metagame atual do Pauper pode ser dividido em quatro grandes arquétipos: Mono Red Kuldotha, Affinity em suas muitas variantes, Dimir Terror e Golgari Gardens.

Um playset de Hydroblast é quase obrigatório quando precisamos enfrentar tantas variantes de Mono Red, um deck rápido e eficiente e, portanto, muito popular. Eu não participaria de um evento ou iniciaria uma liga sem menos do que quatro cópias (ou até mais com Blue Elemental Blast) em meu Sideboard, e recomendo a qualquer jogador com azul fazer o mesmo.

Dust to Dust ainda é a melhor resposta para Affinity no formato. Felizmente, nossa variante tem maior facilidade em conjurar essa mágica tão cedo quanto no segundo turno graças a nossa base de mana e a interação com Springleaf Drum.

Relic of Progenitus interage com o restante do deck enquanto também oferece um meio de atrasar as jogadas do Dimir Terror, além de funcionar contra arquétipos em Tiers menores, como Familiars ou o recente combo com Dread Return.

Por fim, os últimos slots do Sideboard são dedicados a ter mais opções em determinadas partidas enquanto oferecem um “out” mais eficiente contra o Golgari Gardens.

Destroy Evil lida com quase todas as criaturas que realmente importam do Garden, além de funcionarem contra Affinity para destruir Myr Enforcer, uma criatura encantada com All That Glitters, ou até para destruir um encantamento específico contra Bogles.

Obsidian Acolyte oferece proteção contra qualquer efeito de destruir que não obrigue um sacrifício - do qual temos vantagem já que contamos com vários one-drops eficientes e de custo baixo. Ele também é um meio eficiente de tomar a Dianteira e/ou o Monarca do seu oponente.

Mono Red Kuldotha

IN

OUT

Dimir Terror

IN

OUT

Golgari Gardens

IN

OUT

Azorius Affinity

IN

OUT

Boros Synthesizer

IN

OUT

O Azorius Affinity é um dos decks mais divertidos e intuitivos do Metagame atual do Pauper. Suas micro-interações o tornam capaz de jogar contra planos de atrito enquanto também estabelece um poderoso combo-kill com All That Glitters e qualquer criatura com alguma evasão na lista.

Ele é uma opção excelente para jogar Ligas e também para torneios locais e Challenges, possui uma curva e aprendizagem excelente e recompensa jogadores por se dedicarem a entender as nuances do formato e encontrar as melhores brechas para vencer a partida.

Obrigado pela leitura!