Legacy: Blue Post - Deck Tech e Guia de Sideboard

Bom dia, boa tarde, boa noite, meus amigos do Legacy! É impressionante como, apesar de muitos jogadores acharem que o formato está estagnado, a inovação consegue ainda encontrar seu caminho no Legacy.

Quando Modern Horizons 3 foi lançada, uma das cartas mais importantes daquela edição foi o poderoso Eldrazi Sowing Mycospawn. Um dos decks que foi turbinado pela adição do monstro Verde/Incolor foi o Cloudpost Ramp (também conhecido como 12-Post) e naturalmente a sua queda foi monumental quando o Mycospawn foi banido. Só que havia ali um esqueleto de deck bem forte e a lista com Verde ainda existe no formato, ainda que tenha problemas ao lidar com Wasteland e decks de combo.

Aí alguém pensou: “se combo é um problema, por que não usar contramágicas então?”.

E assim nasceu o Blue Post!

A lista analisada hoje foi utilizada pelo jogador SwitchTwitch para fazer top 8 em um Challenge 32 do Magic Online com 62 competidores em 28 de Setembro.

A base do deck é a mesma da versão com Verde: Cloudpost e Urza’s Tower com sua melhor amiga da vida: Planar Nexus. Temos também em comum Glimmerpost, Ancient Tomb, Karn, the Great Creator, Kozilek’s Command, The One Ring e Ugin, Eye of the Storms. Mas, a partir daí, a coisa muda.

Para sustentar Force of Will e Force of Negation, o deck precisa rodar uma quantidade decente de cartas Azuis. Parte dessa demanda é atendida com MDFCs: Sink Into Stupor e Waterlogged Teachings – a primeira já é uma carta utilizada por muitos decks por sua flexibilidade de ser tanto resposta a cartas problemáticas quanto fonte de mana e combustível para anulações, mas a segunda é menos comum de ser encontrada, mas ela pode servir para encontrar aquele Kozilek’s Command crucial.

Outra carta Azul que cada vez mais encontra espaço no formato é Stock Up, que convenientemente pode ser conjurada a partir de 1 Urza’s Tower e 1 Planar Nexus filtrando o mana, e serve para tanto encontrar suas cartas-chave quanto para gerar Card Advantage.

Fechando o set de cartas Azuis, temos Thundertrap Trainer, outra carta que tem se mostrado muito útil no formato e esse deck tem o potencial de facilmente gerar valor da sua habilidade de Offspring.

Por fim, temos a nada comum Tishana’s Tidebinder. Há uma quantidade suficiente de habilidades valiosas em serem anuladas, como Wasteland ou Thassa’s Oracle, e o fato de ela desabilitar usos futuros de cartas como The One Ring ou Planeswalkers rivais pode fazer a diferença contra decks como Forge ou Red Stompy.

Além das cartas citadas, a lista é completada com Chalice of the Void, ótima para travar as muitas mágicas de custo 0 ou 1 que definem o formato – mesmo que esse deck não consiga fazê-lo no turno 1 com a exceção da eventual Ancient Tomb nesse turno; e Eldrazi Confluence, que é primariamente uma resposta a decks agressivos mas pode gerar valor extra seja “blinkando” (exilar e retornar) permanentes como Thundertrap Trainer seja acelerando turnos futuros com Tokens de Eldrazi Scion.

Outras cartas que podem ser encontradas nesse arquétipo são Emrakul, the Aeons Torn, Disruptor Flute, Impulse, Lórien Revealed e Portent of Calamity.

Decks de “Big Mana”, capazes de gerar um verdadeiro caminhão de mana através dos seus terrenos, são sempre muito atrativos. Quando se tornam mais efetivos, como o Forge Combo, costumam conquistar uma boa parcela de presença no formato.

O Cloudpost Ramp já era um competidor importante e respeitado no Metagame quando o Sowing Mycospawn foi ceifado, o que deixou um vácuo para os jogadores do estilo. A ascensão de um novo arquétipo dentro desse grupo, e ainda mais um com viés de Control, é um prato cheio para jogadores desses estilos.

Por ser um deck dependente de suas combinações de Terrenos e não ter acesso a Cantrips (Brainstorm, Ponder), sua mão inicial é crucial e, portanto, o mulligan pesa mais. A carta que você mais quer ver na sua mão é Planar Nexus, pois ela turbina tanto os seus Cloudposts quanto suas Urza’s Tower. Esse deck também tem bastante anulações de custo alternativo, portanto pode manter mãos um pouco mais lentas, mas protegidas.

Exemplos de mãos:

É a mão que esse deck quer: Nexus e Tower permitem fazer The One Ring no 2 e ainda tem Force of Will de proteção. Veredito: Keep.

Essa mão é mais complicada de avaliar. Ela tem proteção e Nexus, o que permite acelerar o Karn no terceiro turno e eventualmente pode usar Waterlogged Teachings para encontrar mais ação depois. É uma mão que dá para manter, especialmente se você souber que está enfrentando decks que precisam de resposta de cara ou que são vulneráveis a Karn.

Na draw, contra decks sem essas características, eu mandaria de volta. Veredito: Keep na play ou contra decks vulneráveis a Karn e Force of Negation.

Embora um pouco lenta, essa mão está dentro do que o deck procura: você já abre de Cloudpost, que significa possível aceleração mais tarde, tem proteção e jogadas no 2 e 3. Veredito: Keep.

Mana demais e nenhuma proteção, apesar de ter jogada no 2 e a possibilidade de acelerar o Ugin. Eu não ficaria com essa mão. Veredito: Mulligan.

Como esse é um deck de Karn, the Great Creator, então boa parte do nosso Sideboard é dedicado à sua caixa de ferramentas, onde a gente vai encontrar os velhos suspeitos de sempre: Mycosynth Lattice, Ensnaring Bridge, Tormod’s Crypt, Disruptor Flute, Walking Ballista e a quarta cópia de The One Ring. Batterskull é uma escolha estranha, mas os Pontos de Vida que ela pode recuperar podem fazer a diferença.

Outras opções para o kit encontradas no arquétipo são o quarto Chalice of the Void, Cursed Totem, Grafdigger’s Cage, Liquimetal Coating e Moonsnare Prototype.

Já o espaço restante é dedicado primariamente a combater cemitérios, rodando 4 cópias de Surgical Extraction, uma das mais eficientes respostas de turno 0. Temos também a quarta cópia de Force of Negation para jogar contra combo e a melhor remoção disponível para decks sem acesso a Branco ou Preto: Dismember.

Para esses espaços fora dos Artefatos do Karn, podemos também usar Blue Elemental Blast/Hydroblast, Consign to Memory, Faerie Macabre, Hullbreacher, Hurkyl’s Recall, Venser, Shaper Savant e cópias extras de Tishana’s Tidebinder.

Dimir Reanimator

Apesar da sua grande quantidade de counters, eles ainda têm a vantagem que Thoughtseize confere para conseguir forçar as suas cartas. Por outro lado, se você conseguir fazer valer o excedente de mana, cartas como The One Ring ou Karn, the Great Creator podem fazer com que eles não consigam resistir ao seu excedente de recursos.

O pós-side é bem direto: saem cartas menos úteis para que você possa garantir que os monstros não sejam reanimados.

Entra:

Sai:

Dimir Aggro

Como eles não ameaçam Entomb + Reanimate, você ganha um pouco mais de tempo para desenvolver sua mana. É preciso ter cuidado ao usar o Ring para não ser emboscado por Orcish Bowmasters. Como você acaba mais usando Force of Will para tentar forçar suas cartas, Force of Negation é menos útil e por isso sai de cena depois do jogo 1.

Entra:

Sai:

Forge

Se há um motivo para jogar de Blue Post é que ele é praticamente pré-sideado contra Forge: seu Karn aniquila o jogo deles, mas o dele não tem impacto direto no seu jogo. Suas muitas Forces devem impedi-los de encaixar as suas cartas-chave. Não há muito mistério, você é um deck que eles não querem enfrentar.

No pós-side, eu acho interessante subir o quarto Ring porque, se você encaixar o Karn, o jogo já fica meio resolvido ali e você geralmente não precisa dele, então é melhor aumentar a sua densidade.

Entra:

Sai:

Red Stompy

Outra das vantagens desse deck é que ele ignora Chalice of the Void. Por outro lado, Blood Moon e Magus of the Moon (imune a Force of Negation) podem estragar o seu dia. Se você tiver mana aberta, Sink Into Stupor pode evitar um turno de problemas.

Sua principal saída para esse problema é Ugin, Eye of the Storms, então se a Moon entrar, sua saída, além de encontrar suas Islands básicas, é arrastar o jogo até fazer o Planeswalker.

Entra:

Sai:

Cephalid Breakfast

Esse jogo pode ser bem difícil, pois se eles tiverem o combo rápido com uma Force of Will de backup, é bem difícil de impedir, pois Force of Negation não para as criaturas. O que você quer aqui é conseguir expandir sua base de mana para que isso faça com que você possa acumular mais recursos do que eles.

Se o jogo se arrastar, a tendência é que você consiga sufocá-los. Karn, the Great Creator trava o caminho do combo via Shuko.

Entra:

Sai:

Eu me lembro de um tempo lá no passado no Standard onde os decks usavam o Urzatron para acelerar Tooth and Nail e alguém percebeu que aquela base podia ser usada para um deck Control e o Izzetron nasceu. É um fenômeno semelhante aqui: ao se trocar elementos Verdes por Azuis, nasce um Control feito para transformar o excedente de mana em vantagem sem ficar tão exposto. E é um deck praticamente novo num formato Eterno!

Ficamos aqui por hoje, um abraço acelerado e até a próxima!